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Saberes tradicionais e protagonismo da mulher indígena são temas de curso

Ufopa- http://www.ufopa.edu.br
24 de Jan de 2017

Começou nesta segunda-feira, 23, e vai até o dia 26, quinta-feira, o curso "Saberes tradicionais indígenas: Medicina tradicional e direitos da mulher, da criança, do jovem e do homem indígena", ministrado por Celina Baré, liderança indígena do município de São Gabriel da Cachoeira (AM).

Promovido pela Pró-Reitoria de Gestão Estudantil da Ufopa, o curso tem discutido os valores, direitos e saberes tradicionais das populações indígenas, que, em alguns casos, vêm-se perdendo na contemporaneidade. "Nós formamos uma comissão no grupo Maíra e fizemos um levantamento de assuntos que poderíamos abordar em um curso com a participação da Celina, e aí o feminismo indígena foi o escolhido. O curso foi idealizado pensando também no perfil da figura de Celina, que é indígena, é uma pessoa idosa, e esse diálogo com a pessoa idosa na cultura indígena é muito importante porque ela traz uma tradição, uma história, uma vivência", enfatiza Alene Gomes da Silva.

Dentro das sociedades indígenas, a mulher também assume vários papéis. Ela tem uma liderança, é parteira, é mãe, ela "puxa", benze, é pajé. Em algumas comunidades, ela é tuchaua, cacique, e segundo Alene, "elas estão chegando nas universidades. Então, a mulher indígena já está ocupando outros espaços e são bem específicas suas demandas, é preciso levar essa pauta às mulheres negras, brancas porque o feminismo deve ser plural. Temos que abraçar todas as causas".

Especificidades da mulher indígena

"Qual o papel da mulher na família? Como conciliar todas as tarefas e sobreviver em um mundo dito como pós-moderno?", questiona Celina Baré logo no início do curso. Para ela, não há um único papel, mas sim vários papéis e a busca pelo equilíbrio entre as diversas funções que a mulher de hoje ocupa é a resposta para potencializar o protagonismo das mulheres indígenas na construção de um bem viver. "No contexto familiar da cultura Baré, a responsabilidade de educar é para o casal, em um sistema único e não só de parceria, como é chamado agora".

Para Luciene Santos, coordenadora do GCEM e da Pastoral da Saúde, participante do curso, a iniciativa é um momento importante para a socialização e multiplicação dos conhecimentos para uma parcela da população ainda carente de informação. "Como trabalhamos com a saúde, sabemos como anda a situação das nossas crianças, sabemos como os pais se excluem da responsabilidade da criação dos filhos, pois quando ocorre alguma coisa com as crianças e jovens, a responsabilidade sempre é da mãe, e é sempre bom lembrar do que destacou Celina aqui, de que a responsabilidade de educar é do casal", destacou.

Serviço - O curso "Saberes tradicionais indígenas: Medicina tradicional e direitos da mulher, da criança, do jovem e do homem indígena" ocorrerá até o dia 26, de 8h30 às 12h e de 14h30 às 18h, no auditório anexo do ICTA, na av. Mendonça Furtado, Unidade Amazônia da Ufopa.

http://www.ufopa.edu.br/noticias/2017/janeiro/saberes-tradicionais-e-pr…

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