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Sá e Romero divergem sobre questão indígena

Folha de Boa Vista-RR
15 de Nov de 2001

Passadas décadas desde que iniciou o processo de demarcação de reservas indígenas e ambientais no Estado, a classe política roraimense ainda discute se Roraima continua sendo viável ou não para se desenvolver economicamente.
Dentro dessa discussão há vários ângulos de interpretação. Para alguns, o progresso da região depende da competência dos governantes estaduais, para outros a pressão internacional junto ao Governo Federal impôs a Roraima um processo de paralisia econômica.
Entre os que vêem o Estado desta maneira está o deputado federal Almir Sá (PPB). "Desde a Era Collor que o Governo Federal recebe pressão de forças internacionais para a demarcação de áreas indígenas, sem que haja rigor nesses processos", comentou.
Sá explicou que hoje, para se demarcar uma área indígena, basta a Fundação Nacional do Índio (Funai) apresentar um simples parecer antropológico ao Governo Federal, que é possível haver a homologação.
"Hoje tenho um projeto, que a qualquer momento poderá ser apreciado pelo Congresso, que obriga a demarcação e homologação de reservas indígenas a passarem antes pelo crivo da Câmara Federal", disse.
Quanto à posição dos políticos do Estado sobre o assunto, o deputado afirmou que todos os esforços possíveis foram feitos para evitar essa situação que se encontra hoje, onde quase a metade do Estado é composta por áreas indígenas. "O que nos prejudicou e prejudica nessa luta é a nossa pouca representatividade em Brasília", lamentou.
Aliado na política estadual, o senador Romero Jucá, ex-líder do governo no Senado, acredita na viabilidade do Estado, mesmo considerando a atual política indígena. "Roraima é viável, sim. Porque é possível explorar áreas indígenas economicamente", garante.
Jucá afirmou que é necessário regulamentar as terras produtivas. No entanto, criticou a política estadual, que não tem conseguido encontrar caminhos para a situação do Estado. "O problema maior é a falta de competência dos que estão à frente do Estado, porque é possível conviver com o que temos", frisou.

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