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Roraima tem 24 indígenas com o vírus HIV

Folha de Boa Vista (RR) - http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=79472
03 de Fev de 2010

Dos 745 portadores de Aids no Estado, 24 são indígenas oficialmente registrados no banco de dados Secretaria Estadual de Saúde (SESAU). A maior preocupação da secretaria é que se esse número cresça, já que o número de mulheres afetadas aumentou de 2004 para 2009, ocasionando assim maior número de crianças portadoras do HIV.

De acordo com a assessora técnica da gerência do núcleo de DST/HIV e Aids, Neusa Nascimento, nem todos os indígenas que dão entrada na Sesau se identificam como indígenas, portanto esse número não significa que é a realidade.

"No momento em que o paciente indígena chega à unidade ele preenche uma ficha, mas não precisa identificar à qual etnia ele pertence, pois para o Ministério da Saúde o importante é ele, pelo menos, se identificar como indígena", esclarece Neusa.

Os anos de 2008 e 2004 se destacaram com os casos entre as mulheres indígenas. Foram oito diagnósticos, quatro em cada ano. Nenhum homem foi contaminado no período. "Estamos preocupados com os casos de indígenas portadores da doença, uma vez que elas não se previnam e podem crescer os casos entre as crianças que nascem portadoras do vírus HIV", diz Neusa.

Através da parceria da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e a Sesau são feitos os tratamento e acompanhamentos dos pacientes indígenas com Aids. "A Sesau oferece o teste rápido, que fica pronto em 20 minutos. A partir daí a Funasa faz a logística de distribuição por área e execução do exame. O exame só pode ser feito pelo profissional da área de saúde", esclarece a assessora técnica.

Se o caso for confirmado, o paciente é encaminhado para o Serviço Assistencial Especializado (SAE), que fica localizado no Hospital Coronel Mota, que atende os pacientes soropositivos. Seguindo as orientações médicas, o paciente faz todo o acompanhamento como os exames trimestrais e o medicamento.

Além do acompanhamento, a Sesau presta assistência a todos os municípios através do Programa de Saúde Indígena, que são equipes volantes que dão assistência à sede do município e às aldeias. São compostas pelo médico, enfermeiro e o técnico de enfermagem, que vão in loco fazer os procedimentos médicos inclusive o teste de HIV.

De acordo com Neusa, os profissionais só podem realizar o teste se forem capacitados pela coordenação Estadual do Ministério da Saúde, obedecendo às normas técnicas do Programa Nacional de DST/HIV e Hepatites virais.

FUNASA - Em 2009 a Funasa descobriu o primeiro caso de Aids em mulher da etnia Yanomami. Em 2010 um indígena da etnia Iekuana apareceu com sintomas e está aguardando o resultado do exame.

Os 28 casos estão distribuídos no distrito leste de Roraima, que é formado pelos municípios de Caroebe, São Luiz do Anauá, Amajari, Pacaraima, Alto Alegre, Uiramutã, Normandia, Bonfim, Cantá e Boa Vista. A Funasa não tem confirmado se os portadores são do sexo feminino ou masculino, mas, de acordo com o coordenador-geral da Funasa, Marcelo Lopes, a maioria são mulheres.

A doença foi descoberta na comunidade Yanomami, que fica localizada na região do Xitei, no município do Alto Alegre. A população também se abriga nas regiões dos municípios de Caracaraí, Iracema e Amajari. Os municípios de Baliza e Rorainópolis não possuem etnias indígenas.

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