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Roraima: Encerrada operação de combate ao fogo

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: Rebeca Lopes
01 de Abr de 2003

A operação especial de combate aos incêndios ocorridos no Estado, coordenada pela 1ª Brigada de Infantaria de Selva desde o dia 15 de março, foi encerrada oficialmente na tarde de ontem, no pátio daquela instituição militar. O evento contou com a participação do governador de Roraima e de representantes das entidades envolvidas diretamente no trabalho.

Os trabalhos, que estavam sendo feitos de maneira centralizada pela Brigada até ontem, retornam para o Corpo de Bombeiros e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis), que vão dar prosseguimento às ações de combate ao fogo.

Para o comandante da 1ª Brigada, general Paulo Studart Filho, os 15 dias de trabalho foram intensos, com planejamento e montagem da estrutura organizacional. "Trabalhamos de maneira centralizada e alcançamos o efeito desejado", afirmou.

Mesmo saindo do comando dos trabalhos e ressaltando que a chegada das chuvas ajudou a resolver o problema, o general-de-brigada se colocou à disposição dos órgãos em caso de reincidência. "O que resta agora é o monitoramento por parte dos órgãos estaduais para evitar novas queimadas. Estaremos de plantão para qualquer eventualidade".

O comandante geral do Corpo de Bombeiros e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Edivaldo Cláudio Amaral, disse que a tendência é disponibilizar as equipes aos poucos. No Estado existem de 150 a 170 bombeiros que se revezam nas principais regiões.

O monitoramento indica que permanecem focos latentes de calor provocados por novas queimadas. Segundo Amaral, o Apiaú, no município de Mucajaí, e o Paredão, em Alto Alegre, continuam sendo as regiões mais preocupantes devido alguns agricultores ainda não terem queimado.

"No Apiaú houve reincidência. Já encaminhamos reforços para lá até que o perigo esteja definitivamente afastado", disse. Caso haja necessidade, as brigadas que estavam dispensadas serão novamente recrutadas.

O Ibama vai continuar os trabalhos de prevenção e fiscalização das queimadas e desmatamentos, conforme afirmações do gerente executivo, Ademir Passarinho. "Vamos continuar intensificando as fiscalizações e orientando o pequeno agricultor a realizar as queimadas de forma controlada".

Governador - Quanto aos incentivos financeiros para quem não queimou, o governador Flamarion Portela (PT) disse que ainda não pode divulgar o montante, pois aguarda liberação da verba por parte do Governo Federal. "Prefiro não falar em valores para não criar expectativa que depois possa ser frustrada. Espero que os recursos sejam logo destinados ao Estado através dos órgãos federais para que essas pessoas tenham uma espécie de seguro fogo".

Reconhecimento - Na solenidade também foram entregues placas para as entidades que atuaram na operação e diploma intitulado "Amigos da Brigada" para alguns de seus representantes. A homenagem foi uma maneira de ressaltar os serviços prestados ao comando.

Reunião - Na manhã de ontem, o Comitê Estadual de Combate a Incêndios foi favorável à liberação das queimadas, após técnicos do Ibama terem ido a campo verificar as condições de umidade do ar atmosférico e umidade do material combustível (vegetação da floresta).

O chefe do Prevfogo, Paulo César Mendes, disse que foi constatado que a umidade do ar está, em média, 70% e a umidade do combustível estaria em torno de 30 a 40%. "Isso significa que não há umidade para o fogo dentro da mata. De maneira geral, as queimadas não se transformariam em um incêndio florestal".

Área - Quanto ao total de área queimada, as instituições esperam o processamento dos dados de monitoramento que é feito pelo Ibama e pelo Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) para poder divulgar. A previsão é que a consolidação sai em 14 dias.

Focos - No início da operação, haviam sido identificados pelos satélites do Ibama e do Dema (Departamento Estadual do Meio Ambiente) mais de 650 focos de calor. Para combater os diversos focos, a coordenação contou com efetivos do Exército, de representantes da Força Aérea Brasileira, Corpos de Bombeiros dos estados de Roraima e Amazonas, da Força-Tarefa de Brasília, da Polícia Militar do Estado, do Ibama, Dema e da Defesa Civil.

Na fase mais crítica foram contabilizadas mais de 1.200 pessoas. Entre os recursos materiais disponíveis em sete bases operacionais foram utilizados 113 viaturas, 09 helicópteros, 01 aeronave de sensoriamento remoto e 02 aeronaves de transporte, tratores operacionais, material de estacionamento, barracas e equipamentos de cozinha, distribuídos em 15 bases operacionais e no centro de operações.

Paralelamente ao combate ao incêndio, equipes do Ibama realizaram trabalho para conscientizar a população rural a fim de alertar sobre os malefícios desse hábito de queimadas, além de fiscalização para coibir novos focos de incêndios.

O planejamento e a execução da desmobilização iniciaram quando a coordenação da operação assegurou-se que o incêndio estava sob controle nas diversas áreas de atuação, sendo conduzida de forma gradativa, até o dia de hoje, quando a responsabilidade pela atividade retorna para as instituições que têm por atribuição tais tarefas.

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