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Ronda na Guarapiranga flagra crime ambiental

JT, Cidade, p.A5
04 de Mar de 2005

Ronda na Guarapiranga flagra crime ambiental Secretário do Verde e do Meio Ambiente encontra produção de carvão em área de mananciais
Fábio Fleury
Na manhã de ontem o secretário do Verde e do Meio Ambiente da Capital, Eduardo Jorge, e seu chefe de gabinete, Hélio Neves, sobrevoavam de helicóptero a Represa Guarapiranga, na Zona Sul. A idéia deles era conversar com as pessoas que voam de ultraleve no local para pedir um auxílio voluntário para monitorar as áreas de preservação ao redor da represa.
No meio do vôo, os dois avistaram colunas de fumaça subindo de uma das margens da Guarapiranga, no bairro Alto do Riviera, próximo ao Parque Ecológico. O helicóptero se aproximou e eles viram dois fornos de barro, utilizados para queimar madeira e produzir carvão vegetal, prática proibida em áreas de manancial.
À tarde, desta vez por terra, Neves voltou ao local com uma equipe de fiscais da Secretaria e homens da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Eles encontraram uma área descampada de aproximadamente 20 mil m², com várias toneladas de madeira para produção de carvão. No local, também havia um caminhão de uma empresa que presta serviços para a Eletropaulo, com a caçamba cheia de plantas recém-podadas.
Constatamos dois crimes ambientais: poluição do ar e uso inadequado de área de manancial”, explicou Neves. Tudo é ilegal, o carvão que é produzido é vendido em embalagens lisas, sem qualquer marca ou registro. O caminhão terceirizado da Eletropaulo também não poderia trazer essa madeira para queimar.”
Segundo a fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente, o dono do terreno será multado em R$ 1 milhão pelos crimes ambientais. O material do caminhão foi recolhido e levado para o 100o DP (Jardim Herculano), onde a ocorrência foi registrada. José Maria Barros, 54 anos, que ocupa o terreno e produzia o carvão, não foi detido, mas será indiciado. Ele afirmou que tinha permissão de uma instituição religiosa, dona da área, para trabalhar.
Esse terreno é da Assistência Vicentina. Moro aqui há 18 anos”, explicou. Já tive plantação, já criei gado e há 2 anos que faço carvão. No ano passado, fiscais do Meio Ambiente estiveram aqui e não mandaram parar. Mas daqui nunca foi tirada uma árvore.”
O caminhão apreendido trazia restos de galhos de árvore provenientes de podas na Vila Mariana e tinha uma ordem de serviço da Eletropaulo, mas que estava vencida há dois anos. Parte da madeira encontrada, foi trazida, segundo Barros, por um homem chamado Osni Medeiros que, teria contrato com uma das Subprefeituras da Capital. Só não sei qual delas.”

JT, 04/03/2005, p. A5

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