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Rodoanel: trecho Sul ja tem estudo de impacto ambiental

JT, Cidade, p.A3
15 de Out de 2004

Rodoanel: Trecho Sul já tem estudo de impacto ambiental
Se documento for aprovado, obra de R$ 1,9 bilhão que liga Embu a Mauá poderá começar em 2005
José Maria Tamazela
Depois de um ano de discussão, a Secretaria Estadual dos Transportes protocolou ontem, na Secretaria do Meio Ambiente, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que, se aprovado, possibilitará o início das obras do Trecho Sul do Rodoanel, com 61 quilômetros, entre os municípios de Embu e Mauá.
Orçada em R$ 1,9 bilhão, a obra vai complementar o Trecho Oeste, com 32 km, inaugurado há dois anos, e possibilitar a ligação com o Porto de Santos. O EIA, elaborado pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, conclui pela inexistência de impactos ambientais permanentes e irreversíveis na área cortada pelo trecho. O estudo já é contestado por ambientalistas.
0 novo traçado, a partir da Rodovia Régis Bittencourt, vai seguir pelos municípios de Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André e Ribeirão Pires, conectando-se com o Sistema Anchieta - Imigrantes. Assim que estiver concluído, os motoristas terão à disposição uma rodovia com 93 km, considerando a ligação com Mauá.
0 secretário-adjunto dos Transportes, Paulo Tromboni, disse que o trabalho levou em conta os questionamentos levantados em um grande número de reuniões. "Tentamos atender a todas as demandas, buscando conciliar aquelas que eram conflitantes." Ele espera uma avaliação rigorosa da secretaria, mas acredita que as obras poderão ser iniciadas no primeiro semestre de 2005. Para isso, o órgão ambiental terá de expedir a licença prévia.
0 Trecho Sul corta a região de proteção de mananciais das sub-bacias de Guarapiranga e Billings, usados para abastecimento da Região Metropolitana, e terá 4 viadutos, 19 pontes, 43 passagens inferiores e 5 superiores. Será dividido em três lotes, devendo ser realizado primeiro o de Mauá à Via Anchieta, com 10 km. 0 segundo vai até a Imigrantes, com 6,5 km, e o último, mais longo, completa a ligação com a Régis.
Segundo Tromboni, a rodovia vai preservar as várzeas responsáveis pela retenção da carga de fósforo, poluição decorrente do esgoto e causadora do crescimento de algas nas represas. Serão criados dois parques na várzea do Rio Embu-Mirim, respectivamente nos municípios de Embu e Itapecerica da Serra.
Especulação sobe valor do m2 na área
A especulação imobiliária em tomo do primeiro trecho do Rodoanel Mário Covas, na região metropolitana de São Paulo, inviabilizou projetos de logística. Há mais de quatro anos, quando o governo estadual deu início à construção, o valor do metro quadrado dos terrenos próximos à via foi às alturas. Os proprietários inflacionaram o mercado imobiliário e a especulação engessou novos negócios. "Nesse período, praticamente não houve empreendimentos no entorno do trecho oeste do Rodoanel porque os preços estão muito altos", diz o diretor de gerenciamento da Colliers International, Eduardo Velloso Corbett.
Segundo ele, hoje o m2 no entorno do trecho oeste do complexo viário de 32 quilômetros varia de R$ 200 a R$ 250. Esses valores, que antes da apresentação do projeto do Rodoanel não passavam de R$ 50 o m2, acabaram por atrapalhar os planos de quem tinha interesse em investir em projetos logísticos. "Para logística, o limite máximo de preço é de R$ 100 o m2 terraplenado para que o projeto seja viável", afirma.
Além da especulação imobiliária, a demora na execução das obras e os freqüentes adiamentos no cronograma de construção do complexo estão postergando o desenvolvimento de novos empreendimentos na região.
"Interesse sempre existe porque as empresas querem estar no Rodoanel ou próximo a ele. Mas ainda é difícil prever quando haverá investimentos, e se haverá", pondera Corbett. Essa análise, explica o diretor da Colliers, também leva em conta os múltiplos critérios avaliados pela indústria na hora de definir em que localidade vão instalar uma nova unidade ou centro de distribuição (CD).
0 segundo trecho do Rodoanel terá 53,8 km de extensão, que devem passar pela represa Billings e pelo Reservatório de Guarapiranga, com custo estimado em R$1,9 bilhão.

JT, 15/10/2004, p. A3 (Cidade)

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