RJ: governo nega ter recebido nota do Iphan contra demolição de aldeia

A assessoria de imprensa do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), rebateu nesta quinta-feira uma afirmação da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), e disse que o governo nunca recebeu recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) para não demolir a chamada Aldeia Maracanã, edificação onde, por quase 25 anos, funcionou o Museu do Índio, na zona norte da capital fluminense.

"O governador do Estado jamais recebeu recomendação do Iphan para preservar o prédio que nem é tombado pelo próprio Iphan", afirmou o governo em nota oficial. "Titular do Iphan durante os últimos anos, o arquiteto Carlos Fernando defendeu a sua demolição", acrescentou.

Ainda no texto, o governo criticou aqueles que chamam o local onde vivem os indígenas de Aldeia Maracanã. "Há uma verdadeira distorção dos fatos históricos e recentes. O governo do Rio tem trabalhado com as aldeias indígenas do nosso Estado de forma respeitosa e parceira. Chamar de 'aldeia maracanã' a invasão em 2006 de um prédio federal abandonado é na verdade um desrespeito ao conceito de aldeia indígena", disse a nota, criticando a posição de Marta Suplicy. "O governo do Estado lamenta que a ministra da Cultura tenha se posicionado dessa maneira."

O governo afirmou também que seu objetivo com a demolição do edifício é "garantir a urbanização e mobilidade do público em torno do Maracanã", e afirmou que "quanto ao respeito à diversidade, não há nesse País um governo estadual que mais lute por isso".

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