O Globo, Rio, p. 32
27 de Mai de 2006
Ritmo de desmatamento diminui no estado
Nos últimos 6 anos, destruição do que resta de Mata Atlântica foi 71% menor que a registrada entre 1995 e 2000
A ONG Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) lançaram ontem os primeiros dados do "Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica" para o período de 2000 a 2005. Nos últimos seis anos, a destruição das florestas foi 71% menor que a registrada entre 1995 e 2000.
O Estado do Rio, onde mais houve desmatamento entre 1990 e 1995, teve o segundo melhor índice da pesquisa divulgada ontem, conseguindo uma redução de 90% no corte de árvores, atrás somente do Espírito Santo, com 96%. Dos oito estados analisados, apenas Goiás (18,1%) e Santa Catarina (8,2%) tiveram aumento de desflorestamento.
Segundo Márcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da SOS Mata Atlântica, pela qual coordenou a elaboração do atlas, o pouco que sobrou desta vegetação do Rio está nas regiões serranas. O maior problema no estado, segundo ela, é o "efeito formiguinha": corte de árvores em pequena escala.
- O "efeito formiguinha" não pôde ser detectado no nosso estudo, feito com base em imagens de satélites. Os altos índices de desflorestamento identificados nos últimos 20 anos tornam essenciais os esforços para proteger o que resta de floresta original - disse ela.
Comemoração do Dia da Mata Atlântica começa hoje
O atlas deverá ficar pronto no fim do ano. O trabalho abrangerá dez estados. Minas Gerais e Bahia deverão ser avaliados nos próximos meses e a atualização do atlas em toda a sua extensão depende de imagens de satélite livres da cobertura de nuvens.
As comemorações do Dia Nacional da Mata Atlântica começam hoje, às 9h, com a reinauguração do Parque Estadual do Grajaú, um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica na Zona Norte. A exposição itinerante "Conhecendo a Mata Atlântica" será aberta no local, fechado parcialmente desde dezembro. Com a festa, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) dá início à Semana do Meio Ambiente e apresenta o Projeto de Proteção à Mata Atlântica, um acordo de cerca de R$30 milhões entre os governos do Brasil e da Alemanha. Com ele, os visitantes poderão acessar, em terminais de computador, informações sobre parques estaduais, além de assistir a vídeos e ter contato com animais empalhados.
Protestos também marcarão a data. A ONG Associação Ecológica Ecomarapendi fará a "Marcha pelo desmatamento zero na Mata Atlântica", às 10h, no Arpoador.
O IEF voltará a comemorar a Semana do Meio Ambiente na quinta-feira, às 10h, com a inauguração do núcleo de prevenção de incêndios florestais, no Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Maricá. Sexta-feira, às 10h, o projeto Floresta em Movimento chegará a Duque de Caxias, na Praça Roberto Silveira.
No próximo sábado, às 9h, haverá uma caminhada no Engenho do Mato, em Niterói, em outro trecho do Parque da Serra da Tiririca. No dia seguinte, uma carreata sairá, às 10h, do Posto 6, em Copacabana, até o Parque Estadual da Chacrinha, no mesmo bairro, que será reinaugurado às 11h.
O Globo, 27/05/2006, Rio, p. 32
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