O Globo, Rio, p. 18
31 de Out de 2008
Rio que abastece 2/3 do estado sofre com esgoto e proliferação de algas
Cedae diz que planta no Guandu não é tóxica e promete obra contra poluição
Tulio Brandão
A água que abastece dois terços do estado se apresenta em duas cores antes de ser tratada na estação do Rio Guandu, da Cedae: o preto do esgoto e o verde da floração de algas, que em alguns casos podem conter cianobactérias com toxinas. O cenário foi observado em sobrevôo realizado por repórteres do GLOBO na segunda-feira.
Segundo a coordenadora do Instituto de Biofísica da UFRJ, Sandra Azevedo, as imagens sugerem a presença de intensa floração, mas só é possível saber se há toxinas após análise microbiológica. A Cedae informou que, nas coletas feitas pelo órgão, os resultados não indicam a presença de toxinas.
O sobrevôo foi feito com o biólogo Mário Moscatelli, um ano após a Cedae anunciar a transposição dos afluentes mais contaminados do Rio Guandu - Queimados, Poços e Ipiranga - para depois da zona de captação da estação. Na ocasião, a companhia prometeu iniciar as obras este ano, mas nada foi feito. Agora, o presidente da Cedae, Wagner Victer, diz que vai licitar o projeto em 180 dias.
- Não é a primeira floração, mas as análises não têm identificado toxinas. Sabemos do problema. Por isso, estou negociando um financiamento para a transposição - diz Victer, que garante a qualidade da água após o tratamento.
Moscatelli ficou impressionado com a poluição:
- A estação deve estar fazendo um milagre químico para transformar esse caldo contaminado em água potável.
O Globo, 31/10/2008, Rio, p. 18
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