O Globo, Rio, p. 22
22 de Mar de 2007
Rio ganha nova APA no Dia Mundial da Água
Evento no Jardim Botânico debate a escassez do mais precioso recurso mineral do planeta
Alessandro Soler
O mais vital - e cada vez mais escasso - recurso mineral está no centro dos debates de hoje, Dia Mundial da Água.
O governo do estado lança uma nova Área de Proteção Ambiental (APA), com 71,2 mil hectares, às margens do Rio Guandu. E, no Jardim Botânico, a má utilização e a poluição das fontes hídricas, bem como a desigualdade no acesso a elas, são tema de um evento internacional.
A nova APA já nasce como uma das maiores do estado.
Ela abrangerá a área entre a Rodovia Presidente Dutra e a barragem de captação de águas da Cedae, o que inclui trechos de Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu.
- A razão fundamental dela é garantir a quantidade e a qualidade da água que nove milhões de pessoas consomem. A APA vai atuar em cima do reflorestamento das margens, impedindo aterro, lixão, areal etc. - definiu o secretário do Ambiente, Carlos Minc.
No Jardim Botânico, o "Encontro das Águas de Março" debate a poluição e a dificuldade de acesso à água limpa desde ontem. O evento, que termina hoje, é promovido pela Associação de Cultura e Meio Ambiente, de Paulo Jobim, filho do Maestro Tom Jobim; e a Fundação France-Libertés, dirigida pela ex-primeira dama francesa Danielle Miterrand. Aquecimento global e desmatamento também estão na pauta.
- Amanhã (hoje) falaremos sobre a água no Grande Rio. A situação por aqui ainda não é tão grave, quando comparada à de outros lugares, mas exige atenção. Barragens, manipulação equivocada das fontes e desmatamento são questões graves - disse o ambientalista João Fortes, diretor do Espaço Tom Jobim, sede dos debates.
Ainda hoje, a Cedae anuncia o plantio de três milhões de árvores às margens do Rio Macacu (que abastece Niterói e São Gonçalo), dentro do projeto da ONU "Planta pelo planeta". E as indústrias, não raro vilãs de rios e mananciais, entram na onda ecológica. A Firjan lança amanhã um manual com experiências de reaproveitamento da água. O mote, explica, são a "melhoria da competitividade e a redução de custos."
O Globo, 22/03/2007, Rio, p. 22
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