Reviravolta mantém Funai em Bauru

Presidência do órgão federal tinha definido transferência para Santos, entretanto sede deve
permanecer no Interior

A Fundação Nacional do Índio (Funai) teria desistido de transferir a sede do órgão federal de Bauru para Santos, conforme informou ao JC em setembro do ano passado.
A informação foi dada ao JC, ontem, pelo vereador Paulo Roberto Sebastião, conhecido como Paulinho Terena, representante da comunidade indígena da Reserva de Araribá, em Avaí (39 quilômetros de Bauru). No entanto, a reportagem não encontrou, ontem, ninguém do órgão federal para confirmar a transferência que, se efetivada, integraria uma ampla proposta de restruturação da Funai em todo o Brasil.
Paulinho afirma que obteve a informação em uma conversa telefônica, na última quinta-feira, com um assessor da presidência do órgão federal, que identificou apenas como Lopes. Ele não soube informar o nome completo da pessoa.
O motivo da direção da Funai voltar atrás na decisão de transferir a sede no Estado de São Paulo de Bauru para o Litoral seria o valor da despesa. "O Lopes afirmou que o custo (da transferência) é muito alto. Tem que acomodar todos os funcionários", ressalta.
Paulinho explica que as lideranças aguardam, para quarta-feira, que Aloysio Guapindaia, da diretoria de assistência da Funai em Brasília, retome suas atividades. As lideranças pretendem se reunir para indicar o nome de um novo administrador da regional em Bauru.
Desde o dia 25 de novembro, a regional de Bauru não possui administrador ou mesmo um substituto. Em 28 de agosto, a presidência da Funai havia nomeado o administrador substituto Cristino Aparecido Cabreira Machado, que teve seu período no cargo encerrado no dia 25 de novembro.
A disputa pelo poder da regional da Funai se arrasta há oito meses sem uma definição (leia mais abaixo). Caso se confirme a manutenção da regional em Bauru, restará a briga principal, que é a nomeação de um administrador. "Na verdade, foi uma vitória para nós", comemora Paulinho Terena.