VOLTAR

Reunião para resolver impasse na Marambaia

O Globo, Rio, p. 28
23 de Dez de 2005

Reunião para resolver impasse na Marambaia

Antônio Werneck

No próximo dia 23 de janeiro uma reunião envolvendo os ministérios da Defesa e do Desenvolvimento Agrário, o Incra e Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, acontecerá em Brasília para tentar resolver o impasse que vem impedindo a entrada de técnicos do Incra na Ilha da Marambaia, em Mangaratiba. A queda de braço entre a Marinha e o Incra começou este mês durante o processo de demarcação de uma área de remanescentes de quilombolas, segundo o Incra, na Marambaia. Ali existem cerca de 150 famílias de descendentes de escravos e uma base dos fuzileiros navais.
Através de seu Serviço de Relações Públicas, a Marinha informou que o Ministério da Defesa, a Marinha do Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Incra e a Secretaria Especial Políticas de Promoção da Igualdade Racial fazem parte de um grupo de trabalho que funciona em Brasília com a finalidade de estudar a situação de ocupação e uso da terra por residentes da Ilha da Marambaia. As reuniões, segundo a Marinha, "buscam soluções conciliadoras entre os interesses do Estado e os anseios sociais".
O antropólogo Fábio Reis Mota, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que estuda a comunidade da Marambaia há mais de cinco anos, informou ontem que o conflito entre os moradores e a Marinha começou em 1999. Na época, a população local passou a ser expulsa de suas casas por conta de ações de reintegração de posse impetradas pela Marinha e a Advocacia Geral da União (AGU), com a alegação de tratar-se de "ocupações irregulares". Mas ele lembrou que a constituição federal reconhece a titularidade das terras aos remanescentes de quilombos.

O Globo, 23/12/2005, Rio, p. 28

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.