VOLTAR

Reunião com índios Kiriris na Aldeia de Cajazeira

Monte "Nius" (Benzaê - BA) - www.montenius.blogspot.com.br
19 de Jul de 2015

Como ficou agendada na última reunião do dia 1o desse mês, lideranças indígenas, membros do Governo Municipal, Câmara de Vereadores e representantes da FUNAI, proprietários de autoescola (com exceção dos representantes do Estado) se compareceram para tratar de assuntos interesses dos indígenas, conforme já solicitados em ofícios.

Respondendo ao questionamento do cacique Manoel sobre o que foi ou não atendido nos documentos enviados, a prefeita Patrícia diz que só reponde pelo que é cabível ao município, e que não vai adentrar ao que compete ao Estado. Sobre a solicitação de ônibus para transportes de alunos para a faculdade isso já foi resolvido, os alunos são levados na quinta-feira e retornam no sábado; no que diz respeito à estradas nas esfera municipal as máquinas já estão trabalhando; no esporte e festas a Prefeitura atende no que está dentro do orçamento e no calendário do município. Na saúde ela explicou que a secretária de saúde (Margarete) juntamente com o coordenador de saúde da FUNAI, Jerry Matalawê, estão recorrendo à aquisição de ambulâncias, pois até o momento ela não encontrou nenhuma verba com destinação específicas para os índios (responde a Bernadino), mas reconhece que há muitas reclamações por parte dos indígenas (e não índios) no Centro de Saúde de Banzaê, mas que não pode fazer tanto porque o Município não dispõe de recursos suficientes.

O índio José Panta Leão, se queixa que os índios não têm tratamentos iguais aos demais banzaêenses, e que para conseguir algo terá que viver mendigando nas secretarias, e as parcerias têm que ser feitas em qualquer época, e não só nas campanhas eleitorais.

Ainda falando de educação, foi comentada a possibilidade da construção de uma creche dentro do território indígena, mas que para isso a Secretaria Municipal de Educação precisaria da relação (quantidade) de alunos para analisar a viabilidade, mesmo sendo que a educação indígena compete ao Estado. É onde entra a antropóloga da UFBA, Lisbela, e diz que a educação deles deve partir de uma parceria firmada entre Estado e Município, e que com relação a isso não deveria haver problemas e o Governo Federal apenas envia os recursos, isto é, o município tem a responsabilidade, e a partir daí o Secretário de Educação - Galileu Gama - faz uso da palavra e fala que a antropóloga Lisbela está chegando há pouco tempo, e não conhece a realidade do município. Ele explica ainda que uma das dificuldades de conseguir os ônibus é que em Banzaê teve uma queda considerável no número de alunos. Mas Lisbela rebate e diz que o Governo Federal envia ônibus para a zona rural do Município.

Sobre o tombamento e reforma da Igreja do Senhor da Ascensão, em Mirandela, João Carlos do IPAC fala que o projeto já está em andamento, e que para isso tem um projeto orçado em R$ 1.500.000,00. O índio Dionísio com uma certa indignação ao Poder Legislativo, pois este não dá importância aos projetos que são voltados para os Kiriris, e pede que os índios honrem seu território, pois só se ouve promessa e nada de cumprimento. Nisso o vereador Adriano explica que a reivindicações são levadas em conta, mas tudo o que deve vir para os índios deve passar por aprovação do órgão da FUNAI em Paulo Afonso. A prefeita envia os ofícios solicitando autorização, mas quase sempre não atendidos.

Um outro ponto que se discutia na reunião passada foi a questão do "passe livre" de motos em Banzaê, e sobre isso, a única menção que teve foi do Sr. Nobre da autoescola Nobre de Ribeira do Pombal que falou ter pedido autorização ao major da PM para realizar aulas práticas e teóricas para a aquisição da CNH, e os índios se queixam da coordenadora de Justiça Ildênia que não deu nenhuma importância a reunião deles, que de acordo com a redação da Ata não compareceu.

Fonte da reportagem: Cópia da Ata enviada pelo vereador Adriano Souza.

http://montenius.blogspot.com.br/2015/07/reuniao-com-indios-kiriris-na-…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.