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Resgate da língua indígena

Jornal Coletivo - http://coletivo.maiscomunidade.com/
Autor: Tatiane Alves
20 de Mai de 2012

O Ministério da Justiça e o Governo do Distrito Federal vem provendo desde 11 de abril deste ano, a exposição "Mundo em Movimento: Saberes Tradicionais e Novas Tecnologias", no Memorial dos Povos Indígenas. A ideia do projeto partiu do Diretor do Museu do Índio, José Levinho, do Rio de Janeiro. "O projeto tem o objetivo de demonstrar a preocupação, valorizar e resgatar as línguas indígenas. Com o surgimento de várias etnias, o índio e sua cultura vem sendo descaracterizado e sua língua entrado em extinção", conta Tânia Primo, responsável pelo Memorial dos Povos Indígenas de Brasília.

O projeto é um registro de línguas e culturas, com exibição de material inédito produzidos pelos índios no seu cotidiano como cerâmicas, cestarias, arcos, flechas, adornos e grafismos. Recheado de lendas e mitos, imagens, sons e objetos, a exposição retrata esse riquíssimo patrimônio cultural que atravessa todas as regiões do Brasil. "Nada disso seria possível sem a colaboração dos índios, que contribuiu bastante para o resgate na língua. Eles mais do ninguém têm propriedade para falar do assunto", explica Tânia Primo.

O público confere por meio de uma série de exposições, os resultados alcançados desde 2009, pelo Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas (PROGDOC), além de mostra de vendas no Espaço Galeria que lança o Programa Índio e Arte. São diferentes espaços que exibem o universo indígena no Brasil, por meio da produção artística e cultural desses povos, bem como, de uma ampla coletânea de registros audiovisuais.

Com esse acontecimento, o Museu do Índio (RJ)/FUNAI e o Memorial dos Povos Indígenas/ GDF celebram a diversidade e o esforço de 39 povos representados no evento. Entre os vários grupos apresentados, destacam-se os Tikmuún - também conhecidos por Maxakali (MG) - por sua resistência, revelada pela vitalidade com que preservam os seus saberes musicais e a sua linguagem.

Trata-se de um acontecimento que foca o protagonismo das populações indígenas em ações de salvaguarda de seu patrimônio cultural. A exposição ficará exposta até abril de 2013, o cenário do evento levou três meses para ser montado e assim poder apresentar um contexto diversificado.

Patrimônio ameaçado de sumir

No Brasil, vivem, atualmente, cerca de 460 mil índios, distribuídos entre 225 diferentes grupos étnicos. Há ainda 60 referências a povos ainda não contatados. Trata-se de uma grande diversidade linguística e cultural que precisa ser melhor conhecida, documentada e preservada. Um patrimônio que encontra-se sob a ameaça de desaparecer, em grande parte, no decorrer desse século.

O Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas - PROGDOC atua em 105 aldeias de Norte a Sul do Brasil com a participação e intervenção direta dos índios, possibilitando o registro de aspectos específicos de 39 culturas e beneficiando uma população superior a 27 mil índios. Todo material produzido está consolidando um acervo digital, em segurança no Museu do Índio, o que garante a sua disponibilidade mesmo daqui a 20 ou 50 anos.

"Com o surgimento de várias etnias, o índio e sua cultura vêm sendo descaracterizado e sua língua entrado em extinção".
Tânia Primo, responsável pelo Memorial dos Povos Indígenas

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