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Resgate cultural será ponto de partida no combate à desnutrição

Correio do Povo do Paraná
09 de Mai de 2007

A Reserva Indígena Rio das Cobras, de Nova Laranjeiras deve ser a representante da Cantu na Rede Nacional de Recuperação da Semente Crioulas. O projeto foi discutido em uma reunião realizada na última sexta-feira (4) em Laranjeiras do Sul. Representantes da Reserva, da Funai (Fundação Nacional do Índio (Funai), o chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Joaquim de Souza Neto e o chefe do Núcleo Regional de Educação, Antônio Altair de Miranda discutiram o projeto.

A idéia surgiu com a visita de Joaquim a IV Festa Nacional das Sementes Crioulas realizada no mês de abril em Santa Catarina. Conforme ele, a rede funciona na base da troca. Rio das Cobras produz o milho precoce e pode fornecer sementes da espécie à rede. "Em troca receberão cerca de oito espécies", explicou Joaquim. "Nossa intenção é recuperar a cultura indígena, com as espécies vegetais tradicionalmente consumida por eles, melhorar a qualidade da alimentação e principalmente combater a desnutrição", acrescentou.

Junto a esse trabalho a Seab se comprometeu em disponibilizar uma área, mínima de dez hectares para que os indígenas cultivem suas próprias sementes de grãos (milho, feijão, arroz).
O trabalho de resgate cultural na alimentação será desenvolvido em parceria entre as entidades. O núcleo de Educação fica responsável pelo desenvolvimento na escola, com apoio da Funai e coordenação da Reserva.

Entidades organizam Leite das Crianças na Reserva

A conversa sobre a produção de sementes crioulas surgiu durante reunião sobre a distribuição do Leite das Crianças. Conforme Joaquim de Souza Neto, havia problemas na prestação de contas dos 108 litros de leite distribuídos diariamente em seis comunidades da reserva. Não é típico dos índios fazer relatórios, gerar papel. Também há disputa do leite. "Algumas famílias reclamam leite para crianças um pouco maiores da faixa etária atendida pelo programa do governo", explicou Joaquim. Outro fator apontado foi a grande desnutrição constatada pela Funasa em crianças indígenas maiores de quatro anos. "Com isso chegamos ao projeto de resgate das espécies vegetais dos índios e combate a essa deficiência", informou o chefe da Seab.

Nos próximos dias, representantes das entidades envolvidas devem ir até Londrina na sede do Iapar fazer o resgate dessas espécies vegetais, incluindo a coleção de batatas doce produzida pelo Iapar para que a Funasa junto com a Funai façam a reprodução junto às famílias.

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