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Reserva Indígena tem 3.440 estudantes

Douradosagora
19 de Abr de 2007

Ensino diferenciado está dando resultados com o aumento do índice de aprovação
A Prefeitura de Dourados, através da Secretaria Municipal de Educação, está atendendo mais de 3,2 mil crianças e adolescentes nas escolas indígenas e mais
240 adultos que estão aprendendo a ler e escrever através do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova), que tem 16 salas nas aldeias Jaguapiru e Bororó.

Da pré-escola ao 9o ano são mais de três mil alunos contemplados com uma educação de qualidade que respeita a cultura indígena e ao mesmo tempo segue um plano
básico de ensino que não deixa nada a desejar às escolas da zona urbana de Dourados.

A escola com maior número de alunos dentro da Reserva é a Tengatuí Marangatu com 1.202 alunos. A inclusão indígena também é alta nas universidades com 27 professores
em formação estudando dentro da rede pública e privada de ensino superior de Dourados.

Os professores destas escolas são em sua maioria da própria comunidade indígena admitidos através de concursos públicos e somam 38 profissionais. Outros 76
servidores fazem parte do quadro de servidores administrativos. Entre índios e não índios são mais de 106 professores concursados e contratados.

"É uma conquista a criação do cargo profissional específico para licenciatura indígena. Com profissionais da própria comunidade envolvidos no processo de educação
fica muito mais fácil compreender a realidade local. Nós temos a consciência de que o processo de implantação não termina com a aprovação no concurso, tem os cursos
de formação continuada que o professor tem que fazer também", explica Cristiane Machado Ortiz. A professora foi aprovada no último concurso para professores e funcionários
administrativos indígenas.

Elias Moreira, coordenador da escola Tengatuí Marangatu, é um exemplo de professor formado na comunidade e que agora presta serviço na escola. Ele foi aluno
da Escola Indígena Francisco Meireles. "O concurso é uma forma de valorização não só do professor, mas do aluno também, afinal eles são ensinados em guarani e português.
E a gente sendo da comunidade serve até de exemplo para as crianças estudarem e quem sabe um dia também servirão os seus irmãos como a gente", explica ele.

A professora Marilete da Silva explica como é feito o ensino bilíngüe, também conhecido como diferenciado. "Até a terceira série nós damos mais ênfase nos
ensinos usando a língua guarani para reforçar a cultura e os laços familiares, uma vez que é a língua que eles usarão para se comunicar em casa, com os amigos e
parentes. A partir da quarta série é o português que vem com mais força, pois vamos prepará-los a partir daí já visando a universidade, o mercado de trabalho e a
qualificação mesmo", explica ela.

E o ensino diferenciado está dando resultados com o aumento do índice de aprovação dos alunos, juntamente com o maior número de crianças na escola Tengatuí
Marangatu. Em 2002 eram 554 alunos e o índice de aprovação era de 48,56%, em 2004 de 56,35% já com 643 alunos. No ano passado quando a escola tinha 839 alunos, a
taxa aumentou para 65,57%. A expectativa para este ano é aumentar ainda mais o índice de aprovação, uma vez que os alunos da Tengatuí este ano passam de mil alunos.

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