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A reserva Araucárias Gigantes será transformada em RPPN

Revista Eco 21 - www.eco21.com.br
Autor: Germano Woehl Jr.
01 de Fev de 2010

A RPPN das Araucárias Gigantes (sic), em Itaiópolis (SC), foi protocolada no início de Janeiro e no início deste mês de Fevereiro já teve a vistoria da equipe de funcionários do ICMBio, órgão do MMA responsável pelas Unidades de Conservação da natureza. Isto significa que proximamente já teremos a boa noticia de sua criação. Na RPPN das Araucárias Gigantes não somente as araucárias (Araucaria angustifolia) são gigantescas, mas também outras espécies de árvores típicas da Mata Atlântica, com a imponente sapopema (Sloanea lasiocoma). Toda esta riqueza de biodiversidade de uma mata de araucárias intacta está assegurada para as gerações futuras.
A araucária apresenta também uma grande longevidade. Na literatura está registrado, pela contagem dos anéis de crescimento, araucárias com até 386 anos de idade.
Certa vez, eu vi uma tora gigantesca de uma araucária no pátio de uma serraria em Itaiópolis. Então, com muita paciência, sob um sol de rachar, contei os anéis e lembro-me que eram mais de 300.
Repare na imagem uma araucária morta que permaneceu em pé. Muitos acham que não há nenhum problema em "aproveitar" as árvores que morrem.
Engana-se terrivelmente quem pensa assim. Estas árvores que morrem são a fonte de vida de uma floresta, são cruciais e tão importantes para a perpetuação da biodiversidade quanto às árvores vivas. A vida começa nestas árvores que morrem.
Quando uma árvore morre e começa a apodrecer permanecendo em pé ou caindo, milhares de insetos depositam seus ovos nesse tronco em decaimento.
As larvas que se desenvolvem tornam-se uma fonte preciosa de alimento para os pica-paus e várias outras espécies de aves e mamíferos. Muitas espécies de aves usam estes troncos em processo de apodrecimento para construir cavidades para seus ninhos ou abrigos.
E quando o tronco se decompõe totalmente serve de adubo para as árvores que estão vivas. Ou seja, estas árvores que morrem são cruciais para manter o ciclo de vida de uma floresta.
A ganância de extrair da floresta a madeira das árvores que morrem naturalmente provoca também muita destruição. São abatidas dezenas de outras árvores e feita abertura de estradas, ou seja, são abertas grandes feridas na floresta.

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