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Represa tem mais 5 dias de volume morto

OESP, Metrópole, p. A21
03 de Out de 2014

Represa tem mais 5 dias de volume morto
Responsável por atender a Grande São Paulo há três semanas, Atibainha, do Cantareira, chega a 6% da capacidade

Fabio Leite

Responsável por garantir nas últimas três semanas o abastecimento de água de 6,5 milhões de habitantes da Grande São Paulo que ainda dependem do Sistema Cantareira, o volume morto da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, está prestes a acabar. Dos 78,2 bilhões de litros da reserva profunda do segundo principal reservatório do manancial, restavam ontem 6 bilhões de litros, o suficiente para cinco dias de bombeamento, segundo especialistas.
O volume morto da Atibainha começou a ser retirado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no dia 15 de agosto, quando o volume útil, que é a água represada acima do nível do túnel de captação e transportada por gravidade para a região metropolitana, zerou. Em um mês e meio, o nível da reserva profunda caiu de 79,9% para 6,4% da capacidade.
O esvaziamento foi acelerado a partir do dia 19 de setembro, quando a Sabesp desligou as bombas que sugavam o volume morto das Represas Jaguari-Jacareí, em Joanópolis. Desde então, é a Atibainha que tem garantido água para as zonas norte, oeste e central da capital.
Com o esgotamento da reserva na próxima semana, restará à Sabesp ainda cerca de 35 bilhões de litros da Represa Jaguari-Jacareí, que são os maiores reservatórios do Sistema Cantareira, com 80% da capacidade total do manancial. O Estado apurou que há três semanas a Sabesp estava com dificuldade de captar o volume morto na região por causa da seca, que fez das represas um córrego. A Sabesp afirmou que fazia manutenção no sistema. Nesta quinta, as bombas foram religadas.
Com o esgotamento da reserva na próxima semana, restará à Sabesp ainda cerca de 35 bilhões de litros da Represa Jaguari-Jacareí, que são os maiores reservatórios do Sistema Cantareira, com 80% da capacidade total do manancial. O Estado apurou que há três semanas a Sabesp estava com dificuldade de captar o volume morto na região por causa da seca, que fez das represas um córrego. A Sabesp afirmou que fazia manutenção no sistema. Nesta quinta, as bombas foram religadas.

Prazo. Pelos cálculos, essa primeira cota do volume morto do Cantareira deve durar até a primeira quinzena de novembro. Para garantir o abastecimento da Grande São Paulo até março de 2015 sem decretar racionamento oficial, a Sabesp pretende usar uma segunda cota da reserva, de 106 bilhões de litros.
A Agência Nacional de Águas (ANA), um dos órgãos reguladores, condicionou a autorização de uso da água à apresentação de um plano de contingência pela companhia, que prometeu entregar uma versão final na próxima segunda-feira.

Municípios temem resolução da ANA para Cantareira

Rene Moreira

Municípios e indústrias do interior de São Paulo e Minas temem que a crise do Sistema Cantareira seja ampliada com a resolução proposta pela Agência Nacional de Águas (ANA). Por meio de documento redigido em parceria com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão ligado ao governo paulista, a ANA propõe reduzir em até 30% a captação de água na bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
A proposta, ainda em discussão, estabelece que as restrições serão feitas quando a soma de todos os reservatórios do Cantareira estiver em 5%.
A minuta com as normas foi apresentada em encontros realizados em Campinas e Extrema, em São Paulo e Minas, nos últimos dias, e deve ser finalizada neste mês. Prefeitos não concordam em ficar com a água suspensa para o abastecimento durante cinco horas diárias e ainda não recebê-la por seis horas nas indústrias e propriedades agrícolas. As partes têm até o dia 8 para apresentar por escrito suas considerações.
"Já no terceiro dia de suspensão, como eles querem, teríamos um colapso no sistema", disse Alexandre Grego, engenheiro da Companhia de Saneamento de Minas (Copasa). Ele reclamou ainda do horário em que sugerem racionamento em cidades servidas pelo Rio Jaguari. "Como podemos fazer racionamento das 7 às 12 horas, que é o horário de maior consumo?"
A ANA alegou que a proposta tenta preservar o que resta do Cantareira. "A ideia é que as regras sejam perenes e continuem valendo depois do atual período hidrológico extremamente restritivo", disse Vicente Andreu, presidente da ANA. Ele contou que as medidas deverão ser tomadas em 20 dias.

OESP, 03/10/2014, Metrópole, p. A21

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