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Religiosos pedem por kaiowás

Jornal do Brasil-Rio de Janeiro-RJ
12 de Mai de 2002

Religiosos e dirigentes de povos indígenas da América Latina denunciaram em Assunção a situacão de minorias índias no continente americano e reclamaram medidas dos governos para evitar o suicídio destas etnias.
''Há uma preocupacão muito forte em relação aos povos que foram praticamente empurrados ao suicídio. Falaram-nos que os irmãos brasileiros estão em situação extrema'', disse a sacerdote da tribo zapoteca, Eliazar López, coordenador do 4o Encontro de Teologia Índia que começou há dias no Paraguai.

Os participantes da reunião, solicitaram ao presidente Fernando Henrique Cardoso medidas para socorrer a comunidade kaiowá-guarani, que vive no Mato Grosso do Sul.

Líderes da tribo, que participaram da reunão em Assunção, denunciaram que foram expulsos de suas terras e hoje vivem em um ambiente hostil e ameaçador.

Numa nota, líderes de várias etnias que participaram do encontro falam em responsabilizar o governo brasileiro por ''omissão e culpa em relação ao que pode acontecer com os kaiowás''.

Participantes da reunião explicaram que os kaiowás reclamam do governo uma urgente demarcação de suas terras, e advertiram que a ameaça a que estão expostos pode resultar em um estado ''de desespero e suicídio coletivo''.

Os principais conflitos com os invasores ocorrem próximo às cidades de Dourados e Japorá, entre outras, no Mato Grosso do Sul.

Os participantes pedem uma ''reação imediata'' das autoridades brasileiras, em razão do estado de tensão e angústia em que vivem os índios, pressionados pelos invasores de suas terras''.

O encontro, do qual participam cerca de 150 representantes de povos indígenas de vários países latino-americanos, é parte de um processo empreendido nos últimos anos por igrejas cristãs de todo o continente para dar assistência aos povos indígenas e denunciar a situação de penúria e opressão em que a maioria vive.

O representante da etnia colombiana emberá, Luís Evelis Andrade, atacou a globalização, afirmando que ela é danosa também para os índios. ''A perspectiva neoliberal é uma ameça para nós, que nos preocupamos em melhorar a situação dos nossos povos, dentro de uma perspectiva solidária'', afirmou.

O religioso colombiano Jesús Osorno, do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), fez críticas à guerrilha em seu país ''que nunca respeitou a cultura índia''.

Luís Evelis acrescentou que, além dos índios, os negros e pobres em geral são as principais vítimas da guerra civil na Colômbia.

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