VOLTAR

Relator da ONU visita aldeia de guaranis em SP

OESP, Cidades, p.C6
13 de Jun de 2004

Relator da ONU visita aldeia de guaranis em SP
No Brasil há 2 semanas, o arquiteto Miloon Kothari teve o primeiro contato com índios
VANESSA SPADA

No penúltimo dia de visita ao Brasil, o relator especial das Nações Unidas para Habitação, o arquiteto indiano Miloon Kothari, visitou a Aldeia Rio Silveira, dos guaranis, em Bertioga, litoral norte. Foi seu único contato com índios na visita de 14 dias ao Brasil.
Em encontro semana passada na Câmara dos Deputados, em Brasília, o líder indígena Marcos Terena pediu que Kothari não fosse embora antes de conhecer uma aldeia. Pela agenda do relator, o lugar mais perto seria Bertioga. Com 78 famílias, a tribo vive do artesanato e do cultivo de palmito, sempre replantando a árvore. As terras foram demarcadas em 1982 e, desde então, as prefeituras de São Sebastião e Bertioga dão apoio técnico, como construção de 59 casas e uma escola.
Kothari foi recebido pelo vice-cacique da aldeia, Antônio Macena, que ficou sem jeito ao mostrar sua casa. "Está uma bagunça", disse.
Mas era justamente o modo de vida dos índios que o relator queria ver. Andou por algumas casas, conheceu a escola onde as crianças aprendem tupi e português e experimentou a fruta da pupunha.
O combinado era Kothari ser recebido com uma dança, mas a chuva atrapalhou.
À vontade, o relator posou para fotos com o arco e a flecha do vice-cacique.
Durante os dias em que esteve no País, Kothari recebeu várias denúncias e documentos mostrando a situação indígena. Depois da visita, disse que está claro que os índios têm sido negligenciados em seus direitos. Ressaltou a necessidade de criação de um órgão interministerial que seja articulador e defensor dos direitos humanos.
Apesar de se dizer impressionado com o comprometimento do governo federal com os direitos humanos, Kothari afirmou que ainda há muitos obstáculos para se chegar a uma real mudança.

OESP, 13/06/2004, p. C6.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.