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Reivindicação de índios guarani é atendida com auxílio do MPF/RS

MPF - http://noticias.pgr.mpf.gov.br
11 de Mai de 2011

Indígenas de São Miguel das Missões (RS) terão direito a tratamento conjunto por médicos e por seu líder médico-espiritual

Os índios mbyá-guarani do município de São Miguel das Missões, noroeste do estado do Rio Grande do Sul, têm um grande motivo para comemorar: foi selado, no dia 28 de abril, um acordo entre o diretor da Associação Hospitalar São Miguel Arcanjo, Inácio Müller, e o cacique da aldeia daquela localidade, Ariel Ortega, que possibilitará aos indígenas internados no hospital o tratamento conjunto por médicos da instituição e por seu líder médico-espiritual, o Karaí.

Segundo a crença guarani, sobretudo entre os mais velhos, a medicina tradicional do homem branco não é suficiente para tratar os males que os afligem, pois esses, na maioria das vezes, não atingem somente seus corpos físicos, mas também seus espíritos, motivo pelo qual necessitam ser tratados também pelo Karaí.

O problema enfrentado, basicamente, era o fato de o hospital não possuir um ambiente próprio para a prática desses rituais. Por se tratar de um ambiente onde o fumo é proibido (os guarani utilizam cachimbos nesses tratamentos) e onde deve predominar o silêncio, o tratamento segundo as tradições indígenas ficava prejudicado.

O acordo começou a ser costurado ainda no mês de fevereiro, por intermédio do Ministério Público Federal, responsável pela defesa dos interesses indígenas. Em visita à aldeia, o procurador da República Felipe Müller tomou conhecimento da reivindicação da etnia mbyá-guarani e, objetivando auxiliar e apoiar os indígenas em sua demanda, instaurou procedimento administrativo com a finalidade de negociar a disponibilização de um espaço adequado para a realização de rituais de cura próprios da cultura guarani junto à Associação Hospitalar, sem prejudicar os demais pacientes.

A negociação foi rápida. Tão logo tomou conhecimento do anseio da comunidade mbyá, o diretor do hospital disponibilizou um espaço para a prática dos rituais de cura típicos daquela cultura. Assim, a Procuradoria da República no Município de Santo Ângelo agendou reunião para que o cacique Ariel conhecesse o espaço disponibilizado e acertasse os detalhes com a direção da Associação Hospitalar.

A sala, com espaço para até três leitos e banheiro privativo, agradou Ariel imensamente. O cacique não fez questão de esconder a felicidade por sua comunidade ter sido atendida em uma questão tão sensível para ela. O diretor da Associação, por sua vez, também se mostrou muito satisfeito em poder ajudar a fazer a diferença em favor de uma comunidade de suma importância histórico-cultural para a região e, ainda assim, tão desvalorizada.

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