REDD, Mudanças Climáticas e Povos Indígenas Brasileiros na Conferência de Clima da ONU

"Povos indígenas guardiões da floresta", ressaltou Sônia Guajajara, vice coordenadora da Coordenação Indígena da Amazônia Brasileira (COIAB), durante a conferência de imprensa realizada no dia 11 de dezembro na Conferência das Partes da ONU sobre mudanças climáticas em Copenhagen, com o apoio do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM)

O evento também contou com a participação de Lúcio terena, da COIAB e do Centro Amazônico de Formação Indígena (CAFI), Rubens Gomes, do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Manoel Cunha, do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) e Ianukulá Kaiabi Suiá, da associação Terra Indígena Xingu, Maximiliano Tukano e teve como principal objetivo comentar a participação dos povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia brasileira em relação à mudança climática global e ao mecanismo de REDD que é um dos focos da 15ª Conferência de Clima.

Durante a sua fala Sonia Guajajara destacou importantes aspectos da política econômica brasileira que historicamente visa um desenvolvimento insustentável, em detrimento da realidade sócio-ambiental da região amazônica e de suas populações, que dependem dos recursos florestais para subsistência." A expansão da fronteira agropecuária e as obras de infra-estrutura têm impactado diretamente a vida dos povos da floresta, provocando um desequilíbrio sócio-ambiental na região" ressaltou durante o seu pronunciamento.

Comentou também, que os povos indígenas querem ser reconhecidos como populações que voluntariamente preservam a natureza e que por isso, têm que ser inseridos em qualquer processo de negociação de REDD, e que para isso, devem ter em primeiro lugar, a garantia dos seus territórios e aos direitos previstos na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Declaração das Nações Unidas do Direito dos Povos Indígenas, como o direito à consulta e ao consentimento livre prévio e informado e a dizer sim ou não à qualquer projeto de REDD planejado para ser realizado em seus territórios.

A Vice-coordenadora da COIAB, finalizou dizendo que os povos indígenas da Amazônia brasileira são a favor da compensação por serviços ambientais, como por exemplo de REDD, contando que participem das discussões para que possam entender melhor o que está acontecendo nas negociações, garantindo assim os seus direitos e seu papel como verdadeiros guardiões das florestas tropicais.

Por:Sônia Guajajara e André Nahur