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Recuperação das áreas degradas na APA continua com demolição de imóveis

Ilustrado - http://www.ilustrado.com.br
15 de Ago de 2014

A Diretoria de Habitação da Secretaria Municipal de Habitação e Projetos Técnicos demoliu esta semana mais uma moradia irregular, construída em área de preservação ambiental. A família já havia sido atendida com uma casa no Conjunto Habitacional Sonho Meu e a medida evita que outras famílias ocupem o imóvel. Além disso, a ação também favorece a recuperação ambiental uma vez que permite a recomposição de mata ciliar.

Desta vez, as máquinas da Prefeitura derrubaram uma moradia na Rua Imaculada Conceição, no Parque San Marino. Outras demolições já foram realizadas no mesmo bairro e também nos parques Dom Bosco, São Caetano e Laranjeiras, jardins Petrópolis, Iguaçu, Indaiá, Social e Panorama, entre outros, totalizando mais de 20 residências. "São casas construídas em terrenos inadequados, sem condições, sem documentação nem projetos, portanto totalmente irregulares", explicou o engenheiro da Diretoria de Habitação, Luís Carlos de Souza.

Mas além de evitar ocupações ilegais, a demolição dessas casas também tem finalidade ambiental e até de saúde pública. Com a retirada do entulho de construção e o devido isolamento, as áreas podem ser recuperadas com o plantio de mudas nativas e o restabelecimento da vegetação rasteira.

"São áreas de risco à saúde dos moradores, próximos a córregos, encostas e áreas de mata onde vivem cobras, caramujos, insetos, aranhas, escorpiões e roedores que podem transmitir uma série de doenças infectocontagiosas como leptospirose, leishmaniose e dengue, além do risco de picadas de bichos venenosos", acrescentou o engenheiro. Ele lembrou que as áreas em questão são o habitat desses animais e insetos, e que a presença do homem causa desequilíbrio e traz riscos desnecessários à própria saúde.

A construção de habitações próximos aos córregos também prejudica as nascentes. Algumas chegam a secar, agravando as agressões ambientais. "A remoção dessas moradias ilegais é também uma forma de proteger o meio ambiente, num momento em que muito se fala da preservação dos mananciais que fornecem água potável", acrescentou.

Trabalho semelhante vem sendo realizado nos bairros Sete Alqueires e Portelinha, onde 110 famílias ocupavam irregularmente a Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Piava. Elas receberam novas moradias e já se mudaram. Com as casas desocupadas, a Prefeitura iniciou a segunda etapa do projeto de recuperação com a contratação de uma empresa responsável para demolição das casas, limpeza dos terrenos, isolamento da área e plantio de árvores nativas.

"O reassentamento destas famílias foi a primeira etapa de adequação. Por meio de recursos do Orçamento Geral da União, contratamos uma empresa que fará toda a segunda etapa, com o investimento de R$ 271,5 mil liberados pelo Ministério das Cidades, através da Caixa Econômica Federal", lembra o secretário municipal de Habitação e Projetos Técnicos, Márcio Maia.

Após a área das antigas casas ser cerca com palanques e arames o solo passou por uma adequação e em seguida começou a receber o plantio de 7 mil mudas de árvores nativas. A recuperação ocorre na área do Sete Alqueires, uma vez que a Portelinha ocupava um terreno particular e a adequação é de responsabilidade do proprietário. "Faremos a limpeza e o cercamento da área. Os demais serviços de conservação serão cobrados do dono", enfatiza o secretário.

Para o prefeito Moacir Silva, o reassentamento das famílias é a vitória em uma luta travada há décadas. "Por mais de 25 anos estas famílias ocuparam irregularmente aquela área. Além de dar mais comodidade aos moradores, que ocuparão uma boa casa que de fato será deles, estamos preservando a qualidade da água captada no rio Piava, que abastece toda a cidade", completou.

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