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23 de Jul de 2003
A recriação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), anunciada hoje (23) na Câmara pelo ministro Ciro Gomes, da Integração Nacional, pode ser uma faca de dois gumes: de um lado, promove algum aumento de renda na região com financiamento subsidiado para projetos de desenvolvimento econômico capitalista, diminuindo o desemprego, mas de outro ajuda a acelerar o processo de destruição dos recursos naturais da floresta, causando miséria a médio prazo. Ciro Gomes garantiu que o presidente Lula vai à Amazônia anunciar pessoalmente a recriação da Sudam, que deverá ocorrer na mesma data que a Sudene (agência que cuidou do Nordeste por décadas e foi extinta por corrupção). O ministro participa de reunião da bancada da Amazônia Legal, na Câmara dos Deputados. Ele defendeu uma reforma ágil e profunda na estrutura político-econômica para que a Sudam e a Sudene sejam recriadas de forma sustentável e mais forte, segundo a Agência Câmara. A coordenadora do grupo interministerial que estuda a recriação da Sudene, a economista Tânia Bacelar, reforçou que a Sudam será criada nos mesmos moldes da Sudene, mas respeitando as particularidades da região Norte. Deputados da bancada ambientalista vêm com suspeita o anúncio de Ciro Gomes, temendo aumento da pressão da bancada ruralista para aumentar o percentual de desmatamento permitido em cada propriedade particular na Amazônia Legal, que hoje é de apenas 20% e não deve ser aumentado, segundo o Ministério do Meio Ambiente. (Veja também www.camara.gov.br, www.radiobras.gov.br, www.amazonia.org.br, www.greenpeace.org.br)
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