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Realidade ianomâmi em estilo figurativo

Jornal do Commercio-Manaus-AM
21 de Ago de 2003

De todas as etnias da Amazônia os ianomâmi (que significa homem, gente ou espécie) são uma das mais conhecidas e estudadas. Quem não for ianomâmi é nape, isto é, forasteiro, gente de quem é preciso tomar cuidado, gente perigosa.

É dessa forma que os membros desta etnia qualificam os demais indígenas e os negros. Apaixonado por esse grupo indígena, o artista plástico Rui Machado apresenta no Paiol da Cultura, no Bosque da Ciência do Inpa, a exposição "Caras Ianomâmis".
Utilizando acrílico sobre tela, o artista mostra em doze quadros a força da maior nação indígena das Américas.

Além dos rostos de crianças, jovens e idosos, Machado também retrata grafismos e adereços, utilizando o estilo figurativo. Para alcançar esse resultado fez uma pesquisa que durou um ano. "Nada foi inventado, tudo foi bastante pesquisado para que a exposição retrate toda a beleza dos ianomâmis", salienta.

A paixão de Rui Machado pelos ianomâmis é antiga. Há muitos anos, viajou para o alto Rio Negro, em Maturacá, onde pôde conhecer de perto a realidade dos indígenas. "Daí percebi que eles são a cara da Amazônia e passei a ressaltá-los em meus trabalhos".
Exemplo disso foi a exposição "500 anos de Descobrimento do Brasil", da qual participou, que fez parte do Circuito Cultural Banco do Brasil há 2 anos e que foi considerada um sucesso de público.

Telas pintadas com cores fortes

Amazonense de Manaus, Rui Machado tem uma forte ligação com o alto Rio Negro. "Deve ser porque minha mãe, Aurora Machado, nasceu lá, e, mesmo sendo filho de pai português, a ascendência dela foi mais forte", brinca. Completando 21 anos de carreira ele se classifica como um artista "primitivo-moderno". "Sou um autodidata, adoro cores fortes, sem muita mistura e, ao mesmo tempo, procuro ousar em meus trabalhos sempre respeitando o meu estilo, que é o figurativo. Não aprecio muito o abstrato", ressalta.

Além de Manaus, Rui Machado já expôs seus trabalhos no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Recife e Belém. As telas expostas no Paiol da Cultura do Inpa (InstitutoNacional de Pesquisas da Amazônia) medem 50 cm de altura por 40 cm de largura e já estão emolduradas. O preço de cada obra é de mil reais. A coordenação da exposição está a cargo do produtor cultural Ney Amazonas.
Maiores informações com Rui Machado pelo telefone 232-0821.

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