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A Questão Indígena Local X

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: *Riobranco Brasil
14 de Abr de 2003

Mas, afinal, quem é esse índio de que tanto falamos? Aonde ele mora? Como ele é? Como ele vive e em que situação econômica e social ele se encontra? Há, alguma diferença entre o índio encontrado pelos conquistadores, do índio dos dias atuais? Em que condições foi ele encontrado? Conhecia a sua civilização a escrita? Era ele, ágrafo? De onde ele é originário? Ele é autóctone ou ele é alóctone? Se for alóctone, como ele veio parar aqui? Se autóctone, como surgiu aqui? E por que veio e ficou aqui? Em que momento da história da humanidade este fato ocorreu? Como ocorreu? Ocorreu, por quê? Quais as etnias que formam a belíssima cultura Pemón? Quantas são elas? Onde as encontramos? Foi a cultura Pemón, a primeira civilização indígena a habitar esta região? Até onde foram lutando e conquistando ou sempre permaneceram aqui em Roraima?
Estas e mais centenas de perguntas podem ser formuladas, mas, apenas umas poucas, foram respondidas por cientistas, sábios, etnólogos, etnógrafos, antropólogos, pesquisadores e outros estudiosos que buscaram e buscam respostas para as complicadas e entrelaçadas miscegenações que ocorreram ao longo dos 352 anos de nossa história e, um pouco mais até, pala história dos espanhóis que está diretamente ligada à nossa. Os constantes casamentos entre si, entre os diferentes grupos familiares, entre os conquistadores espanhóis, que chegaram através do vale do Orinoco, os portuguêses, pelo vale do rio Branco, holandeses e ingleses, pelo vale do rio Rupununi e outros caucasóides e negróides, cujos traços, hodiernos, genótipos e fenótipos são bem diferentes daquele índio encontrado pelos conquistadores no início do século XVII. Contudo, muitos mantêm, predominantemente, os belos traços faciais mongolóides. Esta miscegenação se deu de maneira mais forte nos grupos indígenas que mantiveram os níveis de contacto permanente e integrado, ao contrário dos grupos, cujo contacto intermitente, pouco influiu no seu comportamento, na sua cultura. Outros, ainda, permaneceram isolados ao longo destes 500 anos de Brasil.
A miscegenação prevalecente foi entre os dois troncos Arawak e Karib predominantes na vastíssima região de campos gerais ou lavrados distribuídos entre os três países: Brasil, Venezuela e Guyana. Os Karib foram conquistando, ao longo do tempo, seus velhos inimigos Arawak que, em épocas bem mais remotas, impuseram sobre os Karib sua cultura, seus valores. As lutas foram realizadas desde Belize, na península de Yucatán, no México, até a região do Xingú, no centro oeste brasileiro. Esta bela e conquistadora civilização é composta por 59 etnias, divididas em 11 grupos, sendo o grupo Monte Roraima, o maior dentre eles, com 11 diferentes etnias entre as quais, as mais familiarizadas com a sociedade do não-índio, que hoje compõe o Estado de Roraima, são: taurepáng, machuschi(sic) ingaricó, arekuná(sic) sapará, paravilhana(sic) chrichana(sic) kamaracoto(sic) e wayawai(sic), sendo, esta última etnia, pertencente ao Grupo o Amazonas. Pertencem, portanto, ao tronco Karib, as etnias acima mencionadas e outras que aqui chegaram e conquistaram e que, foram elas, encontradas pelos novos conquistadores: os europeus. O índio, encontrado pelos conquistadores, não sabia lê, era ágrafo. Não conhecia a escrita, a roda e o cavalo, como a primeira civilização que deixou nos murais das pedras pintadas seus registros dando conta de que já conhecia o que as duas subsequentes civilizações, Arawak e Karib não conheceram até a chegado dos brancos europeus e, somente, recente, conhecem a escrita umas poucas etnias. Assim, a segundo civilização, composta pelos Karib, embora sem a escrita, perpetuaram seus feitos, suas lutas, suas lendas, seus mitos, heróis, suas crenças, ritos, cânticos, pajelância, etc. através das tradições orais, passadas de pai para filho.

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