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18 de Ago de 2017
O projeto de duas irmãs professoras da região de Castro, nos Campos Gerais do Paraná, mudou a realidade da escola onde lecionam, em uma pequena comunidade de origem quilombola.
A proposta, criada por Silmara e Jozana Carneiro, trabalhou a conscientização contra o racismo e incentivou o resgate da história da comunidade negra na região. "Eu quero chegar num mundo sem preconceito", afirma Silmara.
A ideia das professoras foi premiada entre os 50 melhores trabalhos nacionais, no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita.
"Quando a gente trabalhava a questão de raça, eles [os alunos] se diziam morenos, e aquilo para mim era 'não, mas não existe uma raça morena' (...) existe o negro, que é uma raça, que vocês tem que ter orgulho", conta a professora Silmara.
Segundo as professoras, pelo menos metade dos alunos da comunidade tem origem do Quilombo Serra do Apon, que dá nome a escola municipal. Silvana e Silmara contam que perceberam a necessidade de trabalhar a autoestima entre os alunos negros da comunidade, o que incentivou a criação do projeto.
Em sala de aula, as profissionais resgataram a origem negra da comunidade em que vivem. Depois, convidaram uma líder quilombola para conversar com as turmas sobre o assunto.
"Para mim, o momento mais emocionante foi o que a gente conseguiu com o projeto, que foi a transformação dos alunos. A gente conseguiu fazer com que eles se valorizassem, se reconhecessem, gostassem deles, gostassem do lugar", conta a professora Jozana.
O projeto repercutiu nas famílias da comunidade. A quilombola Graciele Aparecida da Silva, que é mãe de um aluno, conta que ainda é fundamental conversar sobre o assunto nas escolas.
"Muitos falam que o preconceito não existe, mas a gente que é negro, a gente sente. No tipo das pessoas falarem com a gente, de as pessoas tratarem a gente", diz a quilombola.
http://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/quero-chegar-num-mundo…
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