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04 de Nov de 2024
Quem é 'Colômbia', mandante das mortes de Bruno e Dom no Vale do Javari
Além de encomendar os assassinatos do indigenista e do jornalista britânico, Rubén Dario da Silva Villar é apontado como líder da pesca ilegal no Amazonas
04/11/2024
A Polícia Federal indiciou o Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", como mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em 5 de junho de 2022, no Vale do Javari, no norte do Amazonas. Além dos assassinatos, o acusado é apontado como líder da pesca ilegal na região.
Investigações da PF apontam que "Colômbia" foi o responsável por fornecer os cartuchos das armas utilizadas no duplo-homicídio, patrocinar a empreitada criminosa e "intervir na coordenação da ocultação dos cadáveres". Ele está preso desde dezembro de 2022.
O criminoso também é apontado como narcotraficante por suspeita de fornecer entorpecentes provenientes do Peru e da Colômbia a facções brasileiras.
Identidade desconhecida
De nacionalidade peruana, "Colômbia" foi preso, inicialmente, apresentando uma identidade falsa brasileira, em nome de Rubens Villar Coelho. Porém, a PF descobriu que ele possui, pelo menos, outras duas identidades diferentes.
Ele ainda chegou a mostrar aos policiais uma identidade colombiana, em nome de Ruben Dario da Silva Villar; e teria uma terceira de origem peruana.
Colômbia acabou preso em flagrante, por uso de documento falso. O nome verdadeiro dele ainda é desconhecido.
Solto após pagar fiança
Em outubro de 2022, Colômbia chegou a ser solto após pagar fiança de R$ 15 mil. Ele estava preso desde o dia 8 de julho por portar documentos falsos. Ele também era suspeito de associação armada ligada a crimes ambientais. Entre elas, a articulação de uma organização criminosa que usa a pesca ilegal na região para lavar dinheiro do narcotráfico na tríplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru.
O lucro da pesca ilegal de pirarucus e tracajás - espécie parente da tartaruga comum na Amazônia - seria apenas um meio de lavar o dinheiro do narcotráfico.
A prisão dele foi novamente decretada em dezembro daquele ano pela Justiça Federal após ele descumprir condições impostas por ocasião da concessão de sua liberdade provisória.
Mandante da morte de outro servidor em 2019
A Polícia Federal tem indícios de que Colômbia também teria ordenado o assassinato de um colaborador da Funai, Maxciel Pereira dos Santos, em 2019. Maxciel foi assassinado com dois tiros na nuca por volta das 18h30 do dia 6 de setembro, na Avenida da Amizade, a mais movimentada de Tabatinga (AM), quando andava de moto com a mulher e a enteada. A PF apura se Colômbia teria contratado os pistoleiros deste outro crime.
A investigação do crime foi reaberta em setembro de 2022, três meses depois das mortes de Bruno e Dom, e corre sob sigilo. Ninguém foi preso pelo crime. A PF pediu informações às autoridade de Peru e da Colômbia para tentar identificar os executores do atentado.
A linha de investigação é de que eles teriam cruzado a tríplice fronteira com os países vizinhos para cometer o crime a mando de Colômbia. Não está descartada também a participação de pescadores ilegais.
O nome de Maxciel fazia parte de uma lista de pessoas marcadas para morrer em que constavam Bruno e outros servidores da Funai, além de integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), segundo informações apuradas pela PF.
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