CB, Brasil, p. 13
07 de Jul de 2006
Queimadas já preocupam
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou uma redução nas queimadas realizadas em todo o país no primeiro semestre deste ano, mas nem por isso o quadro é tranqüilizador. De janeiro a junho foram contabilizados 10.370 focos de incêndio, contra 16.800 no mesmo período de 2005. Apesar da queda, o volume de destruição ainda é gigante. "E a estiagem está ainda no começo, como se estivéssemos nos primeiros 10 minutos de um jogo de futebol. Infelizmente, muito ainda se vai queimar", lamenta Setzer.
O estado de Mato Grosso lidera o ranking da destruição ambiental, com 2.500 focos, seguido de São Paulo, que já apresentou um aumento de 15% no número de queimadas em relação ao ano passado. Agosto e setembro são os meses que concentram os focos de incêndio, os focos no estado já somam 1.600. Nos 12 meses do ano passado foram 3.730 queimadas em São Paulo, número 16% maior que em 2004, quando foram registrados 3.220 casos.
A maior preocupação é com as áreas de conservação, florestas, parques nacionais e estaduais que também não escapam dos incêndios. Em agosto passado, por exemplo, o Parque Estadual da Serra da Mantiqueira, em Campos do Jordão, a 175km de São Paulo, registrou um incêndio de 27 horas e destruiu 100 hectares, área relativa a 100 campos de futebol.
Pesquisadores constataram que nas regiões Norte e Nordeste as queimadas ocorrem em canaviais e os focos podem estar relacionados com a larga produção de álcool combustível. "O consumo do álcool acelera a produção nas usinas, que acabam queimando mais cana. Isso pode explicar o aumento", dizem os especialistas.
CB, 07/07/2006, Brasil, p. 13
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