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QUEIMADAS: Governo do Estado e Ibama fazem avaliação e descartam perigo

Brasil Norte-Boa Vista-RR
27 de Fev de 2003

Apesar de estar tudo sob controle a preocupação das autoridades é evitar que a situação se complique

O Estado de Roraima está em alerta amarelo, segundo a avaliação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), numa avaliação aprofundada dos focos de incêndios que se espalham na zona de transição entre a região de savana e a de floresta tropical densa.
A preocupação para que não se agrave o problema e não aconteça um incêndio de grandes proporções como em 1998, trouxe ao Estado ontem, o presidente nacional do Instituto, Marcos Luiz Barroso.

Durante todo o dia ele esteve em companhia do governador em exercício, Salomão Cruz, e outras autoridades integrantes do Comitê de Combate a Incêndios, visitando as áreas mais afetadas pelas queimadas. Essa questão do incêndio em Roraima deixou de ser uma conseqüência do fenômeno El Niño, como destacou Salomão.Os focos espalham-se ao longo de um arco que começa nas proximidades da Serra da Lua, passando pelas localidades de Campos Novos e Apiaú no município de Mucajaí. Dali segue com destino ao município de Alto Alegre, atravessando a região do Trairão e chegando ao município de Pacaraima.
Ao final da tarde de ontem, o presidente do Ibama, Marcos Barroso e o governador em exercício Salomão Cruz, fizeram um balanço da situação, em coletiva à imprensa na sala de reuniões do Palácio do Governo.
Em sua visita de avaliação às condições dos trabalhos realizados pelas Brigadas de Combate a Incêndios ele estranhou a não participação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e lembrou que sua vinda aqui foi para contar com a parceria de Bombeiros, Exército, Governo do Estado, prefeituras, corpo técnico, brigadistas no combate aos incêndios.
O grande incêndio
Lembrando a catástrofe de 1998, Marcos Luiz Barroso afirmou ser fundamental que todos tenham aprendido a necessidade de prevenção e emendou: "apagar o fogo é fundamental, mas evitar que ele se repita é mais importante".
Dentro de sua nova sistemática de trabalho o presidente do Ibama comenta que o órgão vai cobrar que a prevenção seja uma constante para o produtor rural e de maneira preventiva e bem antecipada à eclosão do fenômeno que se registra a cada ano em Roraima.
Governo
O governador em exercício, Salomão Cruz, entende que as conseqüências desses focos anuais de incêndios decorrem da falta de uma ação do governo federal na modernização do sistema de agricultura familiar.
"Hoje nós temos em Roraima, anualmente, em torno de 20 mil focos de incêndio, em razão dos assentamentos feitos pelo Incra", comenta aquela autoridade, criticando o modelo ultrapassado que vem sendo usado há mais de 50 anos em Roraima, posição segundo ele externada pelo governador Flamarion Portela.
Na entender de Salomão Cruz, enquanto não houver um programa alternativo de agricultura familiar, com tecnologia, com modernidade, compatível com a preservação ambiental onde o agricultor não precise mais derrubar para tocar fogo, essa situação anual continuará inalterada.
"O Estado está disposto a continuar trabalhando nas ações preventiva e educacional, equipando o Corpo de Bombeiros, as brigadas de combate a incêndios e mantendo uma interação efetiva entre os órgãos federais e estaduais voltados para o combate a incêndios e uma ação para proteger o desenvolvimento do setor primário".
Embora reconheça que a situação está sob controle e que as queimadas que têm sido registradas nesse período de estiagem em Roraima, não tem até agora a extensão do problema de 1998, que amedrontou a todos, o presidente do Ibama, Marcos Barroso enfatizou que "o resultado de queimar uma parte expressiva da floresta amazônica não é bom para ninguém. Não é bom para os parceleiros, não é bom para o Brasil e repercute negativamente no mundo todo".

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