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Queimadas atingem terras indígenas e parques do Araguaia e Xingu

Viaecológica-Brasília-DF
21 de Jul de 2003

As queimadas em terras indígenas tornaram-se um problema, de acordo com os dados fornecidos hoje (21) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ao Ibama. Cerca de 5% dos focos de calor neste momento em todo o país - que chegam a 393 - estão em terras indígenas no norte e centro-oeste. Deste total 115 focos de fogo estão no Pará, sendo três em terras indígenas (Kaiapó, Apyterawa e Baú). No Mato Grosso, campeão das queimadas tanto quanto da monocultura de soja e algodão que destruiu o cerrado, estão pelo menos 107 focos de queimadas, dos quais nada menos que 14 localizados em terras indígenas. Os técnicos em Brasília não sabem se tudo é fogo colocado pelos indíos ou se entrou nas reservas vindo de fora, colocado pelos fazendeiros. Há fogo em Mato Grosso no Parque Indígena do Xingu (3 focos) e nas terras indígenas Areões (2), Sangradouro/Volta Grande (1). Merure (5 focos) e Pareci (3 focos). O Maranhão vem em terceiro lugar, com 39 focos, dos quais um foco na terra indígena Cana Brava e Guajajara. No Tocantins, com 36 queimadas, cinco estão em terras indígenas, segundo o Inpe: o Parque Indígena do Araguaia (3 focos) e as T.I. Apinajé (1 foco) e Kraolândia (4 queimadas). Em São Paulo há 38 queimadas, a maioria em fazendas. Em Minas e Goiás há 14 focos em cada estado. Em Goiás havia fogo ontem nas serras de Cavalcante, próximo às terras quilombolas dos Kalunga. Até no pequeno e bem vigiado Distrito Federal os satélites registram um fogo de queimada. Em Rondônia, com 5 queimadas, três estão na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau. Organizações ambientalistas que lidam com índios na região acreditam que o fogo venha dos fazendeiros e colonos em volta das terras dos índios, que vêm sofrendo muitas invasões nos últimos meses. Outros focos de fogo no país estão em Mato Grosso do Sul (2), Piaui (6), Paraná (7) e Rio de Janeiro (5 queimadas). Nos países vizinhos os satélites monitorados pelo Inpe registram queimadas na Argentina (79), Paraguai (39), Bolívia (35) e Peru (2). (Veja também www.ibama.gov.br, www.kaninde.org.br e o mapa completo das queimadas em http://www.cptec.inpe.br/products/queimadas/).

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