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Queimada Grande pode virar parque

OESP, Geral, p. A12
10 de Mar de 2004

Queimada Grande pode virar parque
Famosa por suas serpentes, ilha paulista também abriga rica biodiversidade marinha

HERTON ESCOBAR

A Ilha de Queimada Grande, no litoral paulista, conhecida como o "maior serpentário do mundo", poderá ser transformada em Parque Nacional Marinho, a exemplo de paraísos ecológicos famosos como Fernando de Noronha e Abrolhos. É o que desejam ambientalistas e pesquisadores, que encaminharam pedido ao Ibama para reforçar o status de proteção da unidade - único lugar do mundo onde podem ser encontradas a jararaca-ilhoa e várias outras espécies de répteis e anfíbios.
Classificada desde 1985 como Área de Relevante Interesse Ecológico, a ilha é protegida apenas na parte terrestre e, ainda assim, de forma limitada. A proposta com a criação do parque é dar proteção integral a todo o ecossistema, incluindo a parte submersa, até uma distância de 2 milhas náuticas. O local é freqüentado principalmente por cientistas, na parte terrestre, e mergulhadores, na parte aquática, repleta de corais, peixes e tartarugas. Mas há também visitantes indesejáveis, como os biopiratas que vão capturar serpentes e vender seu veneno no mercado negro.
Pelo projeto, seria proibido subir na ilha, a não ser para atividades de pesquisa. A pesca também seria banida, mas atividades de ecoturismo, como o mergulho de contemplação, seriam incentivadas dentro de um plano de conservação. Isolada, a 34 quilômetros da costa, Queimada Grande é a ilha mais distante do litoral sul paulista e abriga, pelo menos, dez espécies endêmicas de cobras, lagartos, répteis e até caramujos. Em seus costões submersos, vivem 137 espécies de peixes.
"Não faltam motivos para proteger a ilha", resume o biólogo Guilherme Dutra, da Conservação Internacional, uma das organizações que formularam a proposta do parque. O projeto está sendo analisado pelo Ibama em Brasília e precisa passar por audiência pública. Caso seja aprovado, a ilha se tornará o primeiro parque marinho do Sudeste, com 2.276 hectares. "É uma jóia do mar que merece proteção", disse a oceanógrafa Danielle Paludo, do Ibama.

OESP, 10/03/2004, Geral, p. A12

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