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10 de Fev de 2025
Quais os únicos países que entregaram suas novas metas climáticas e o que isso significa para a COP?
Só 10 nações renovaram seus planos de cortes de emissões de gases estufa, o que levanta mais dúvidas sobre a capacidade de consenso na conferência ambiental das Nações Unidas que será realizada em novembro, no Brasil
10/02/2025
A Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) será realizada em novembro, em Belém, para discutir estratégias para frear o aquecimento global - cujos efeitos têm ficado mais evidentes, diante dos estragos das chuvas extremas, ondas de calor e escalada de incêndios. A nove meses da mais importante cúpula ambiental, porém, apenas dez países - incluindo o Brasil - apresentaram suas novas metas de cortes de emissões de gases de efeito estufa, segundo o grupo científico Climate Tracker.
A atualização desses objetivos (chamados de NDCs) era prevista para os 197 signatários do Acordo de Paris, pacto climático assinado há dez anos. A ideia é ajustar os esforços de reduzir a poluição atmosférica, tendo no horizonte o período até 2035.
O prazo oficial para renovar esse compromisso termina nesta segunda-feira, 10, mas o secretário da ONU para o Clima, Simon Stiell, já admitiu estender esse cronograma. Em visita ao Brasil na semana passada, ele disse esperar que as nações façam isso, no máximo, até setembro.
O ajuste das metas - que são compromissos voluntários - é crucial para o êxito da COP na Amazônia, já ameaçado pela saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, anunciada pelo presidente americano Donald Trump ao retornar à Casa Branca em janeiro. Nas últimas edições, as negociações na conferência têm fracassado por falta de consenso entre nações ricas e os demais países, sobretudo relacionada à necessidade de verba para adaptação climática.
Como apontou em artigo para o Estadão o pesquisador da USP Eduardo Viola, especialista em governança global e política ambiental, o mundo tem enfrentado um vácuo de liderança nos debates climáticos diante do enfraquecimento da União Europeia, da postura hesitante dos Estados Unidos e da falta de uma política chinesa consistente nessa área.
Veja quais os países que já apresentaram suas metas:
Brasil - Em novembro, o país foi um dos primeiros a apresentarem a nova meta: reduzir as emissões, até 2035, entre 59% e 67% na comparação aos níveis de 2005. O governo defendeu o número e prometeu detalhar as propostas para cada setor, mas especialistas dizem que isso está abaixo da ambição necessária. A principal fonte brasileira de gases de efeito estufa é o desmate da Amazônia.
Estados Unidos - Um mês antes de deixar a Casa Branca, Joe Biden anunciou a meta de cortar entre 61% e 66% das emissões até 2035 - os americanos são os segundos maiores poluidores do mundo. Washington, porém, vai deixar o Acordo de Paris por ordem de Trump.
Emirados Árabes Unidos - Os anfitriões da COP de 2023 prometem corte em 44% das emissões em 2035, na comparação com 2019. Para os pesquisadores do grupo Climate Action Tracker, que avalia planos climáticos das principais nações poluidoras, a falta de detalhamento sobre como os caminhos para atingir a meta afeta a credibilidade da proposta.
Reino Unido - Prometeu cortar até 81% das emissões até 2035, na comparação com a poluição registrada em 1990. É considerado pelo Climate Tracker como o único país, até agora, que apresentou um compromisso suficiente para a meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5oC até o fim do século.
Suíça - Prevê reduzir em pelo menos 65% o lançamento de gases estufa ante os níveis de 1990. Os cientistas do Climate Tracker, porém, apontam falta de clareza entre as projeções de corte de emissões e as de compensação via créditos de carbono.
Nova Zelândia - Promete cortes na faixa entre 51% e 55% nas emissões, mas especialistas veem o objetivo como insuficiente.
Uruguai, Equador, Santa Lúcia e Andorra - As outras nações a renovarem suas metas climáticas têm pouca participação no ranking global de emissões de gases estufa.
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