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Publicação é vitória de 'novo olhar'

A Crítica-Manaus-AM
23 de Dez de 2001

Em setembro de 1999, mais de 200 pesquisadores reuniram-se em Macapá (AP), para discutir a proposta de publicação do "Biodiversidade na Amazônia Brasileira" que nasce como vitória de um outro olhar científico sobre a Amazônia. A obra, editada, representa também a derrubada de alguns dos muros erguidos entre pesquisadores que por meio das suas correntes de pensamento exercem invejável quanto as informações mundialmente disseminadas a respeito da Amazônia.

Reuni-los em uma coletânea corresponde a vencer um dos primeiros desafios na tarefa de melhor compreender a região e, a partir daí, formular propostas de políticas públicas. A Amazônia, com essa publicação, está de volta à cena, sem o exagero da visão de catástrofe ou da sua grandiosidade infindável.

Com 4 mil exemplares, o "Biodiversidade na Amazônia Brasil", contém 27 documentos temáticos nas áreas de Botânica, Zoologia, Ecologia, Etnografia, Antropologia, Sociologia e Economia; 126 mapas dos quais 29 temáticos; 62 fotografias coloridas enfocando aspectos da diversidade sociocultural da região; descrição e recomendações para 385 áreas prioritárias à biodiversidade amazônica; identificação de 560 áreas classificadas como prioritárias para aves, biota aquática, mamíferos, invertebrados, botânica, répteis e anfíbios, Unidades de Conservação, funções e serviços ambientais dos ecossistemas, novas oportunidades econômicas, populações tradicionais e povos indígenas, pressões antrópicas, eixos e pólos de desenvolvimento; e, um elenco de recomendações para políticas setoriais de conservação, desenvolvimento econômico e pesquisa científica na região.

A obra foi concebida a partir de um consórcio coordenador do qual participam o Instituto Socioambiental (ISA), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Conservation International do Brasil e Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Onze instituições nacionais e internacionais apoiam o projeto que integra um elenco de ações previstas a partir da Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada por ocasião da ECO-92. O Ministério do Meio Ambiente do Governo brasileiro participa por meio do Programa Nacional de Diversidade Biológica (Pronabio).

A obra reúne muito do que a ciência produziu mais recentemente sobre a Amazônia e formula propostas que têm como base um ponto em comum: o elo entre a ciência mais avançada e o conhecimento tradicional. A região, os que nela vivem, os Governos e a sociedade ganham, com essa publicação, um mecanismo que promove ações coletivas e reduz intervenções de uma única via.

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