VOLTAR

Protestos mobilizam policiais militares

OESP, Especial, p. H8
22 de Jun de 2012

Protestos mobilizam policiais militares
Índios foram recebidos por Gilberto Carvalho; Via Campesina destrói estande

BERNARDO MOURA
ESPECIAL PARA O ESTADO / RIO

Dois protestos, um na zona oeste e outro na região portuária, mobilizaram ontem a Polícia Militar no penúltimo dia da Rio+20. O primeiro teve novamente a participação de índios e, pelo segundo dia consecutivo, a intervenção do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O outro, envolvendo líderes de movimentos sociais, terminou em violência.
O estande AgroBrasil, instalado pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) no Píer Mauá, no centro do Rio, foi parcialmente depredado ontem por cerca de 200 manifestantes ligados ao movimento Via Campesina, que reúne pequenos agricultores de vários países.
Os ativistas ingressaram no espaço como visitantes, mas passaram a espalhar tinta vermelha em uma maquete, pichar paredes e espalhar cartazes em protesto a favor da reforma agrária e contra o uso de agrotóxicos e o modelo de agronegócio proposto pelo governo federal.
Seguranças do estande e policiais militares foram acionados para conter a ação. O espaço foi fechado e permaneceu assim pelo resto do dia.
Os manifestantes, que participam da Cúpula dos Povos, se concentraram em frente à Igreja da Candelária e seguiram pela Avenida Rio Branco rumo à Zona Portuária, onde fica o estande. Cerca de 3 mil pessoas participaram da marcha, segundo os organizadores do ato, e se reuniram com manifestantes que já aguardavam dentro do estande.
O líder do movimento, Paulo Tarso, disse que a proposta era denunciar as falsas soluções que o governo propôs a respeito da economia verde.
"O agronegócio é um modelo perverso que prioriza o uso intensivo de agrotóxicos", disse. Uma maquete que retratava a preservação permanente das propriedades rurais e a agricultura de baixo carbono foi a mais atingida por pichações.
Nelson Ananias trabalhava no estande na hora do protesto: "Eram pessoas que ficavam gritando palavras de ordem. Acionamos a segurança, mas eles saíram pacificamente", disse.
Bandeiras. Em nota, a assessoria da Polícia Militar informou que a confusão começou quando integrantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) pararam na entrada do Píer Mauá. Segundo a PM, o protesto começou do lado de fora, com queima de bandeiras, mas pessoas que estavam dentro do estande da CNA aderiram e passaram a se manifestar.
Pedras e sapatos foram atirados contra os policiais que tentavam impedir a entrada dos integrantes do MST no estande. O Batalhão de Choque chegou a ser chamado, mas quando chegou ao local a situação já estava controlada. Segundo a PM, não houve feridos nem presos.
Também em nota, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da CNA, repudiou o ato: "A CNA considera inaceitável que manifestações antidemocráticas como estas ainda tenham lugar em um evento como a Rio+20, onde os povos e as nações buscam o entendimento e a convergência para um mundo melhor, sempre respeitando a diversidade de ideias".
Índios. Mais cedo, na Avenida Salvador Allende, na Barra da Tijuca, na zona oeste, um grupo de 400 índios da aldeia Kari Oca foi protestar no Riocentro, onde está ocorrendo a reunião de cúpula da Rio+20.
A pedido do Comando Militar do Leste, a avenida foi interditada em dois trechos. Às 13 horas, a via foi liberada para o tráfego. Os indígenas não conseguiram passar pelo bloqueio de segurança, mas foram recebidos pelo secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a quem entregaram um documento com várias reivindicações.

OESP, 22/06/2012, Especial, p. H8

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,protestos-mobilizam-policia…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.