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As propostas em debate para evitar emissões florestais

O Globo, Ciência, p. 40
13 de Dez de 2007

As propostas em debate para evitar emissões florestais

Por trás das discussões travadas em Bali sobre os créditos de carbono estão questões de soberania nacional e, sobretudo, os diversos interesses econômicos de cada um dos países. Mecanismo viabilizado a partir do Protocolo de Kioto, os créditos de carbono representam percentuais de redução de emissões. Elas podem ser reduções de fato - como, por exemplo, a diminuição do CO2 lançado por uma fábrica.

Ou compensatórias: como o plantio de determinada quantidade de árvores.
Países que não queiram ou não possam reduzir suas emissões de gases-estufa têm, por esse mecanismo, a prerrogativa de "comprar reduções" de outras nações para alcançar suas metas. Dessa forma, estariam também financiando projetos em outros países.

Daí surge a atual discussão em Bali. O Brasil quer que o desmatamento evitado das florestas possa ser transformado em créditos negociáveis. O cálculo é feito a partir do nível histórico de desmatamento. A diferença entre a depredação atual e tal nível seria computada em crédito. A proposta original do Brasil não prevê que projetos de conservação de áreas intactas da floresta sejam considerados créditos. Isso seria o mesmo que negociar a mata no mercado internacional, alegam alguns.

Ocorre que alguns países, como a Guiana, têm uma floresta praticamente intacta - não há nível histórico de desmatamento. E o país precisa de recursos.
Para essas nações, seria importante poder negociar os projetos de conservação. E para os países ricos também, que evitariam cortes na própria carne.

O Globo, 13/12/2007, Ciência, p. 40

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