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Projeto da Unidade de Conservação nasceu em um seminário em Macapá

Diário do Amapá-Macapá-AP
10 de Mai de 2002

O projeto do Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque começou a ser elaborado no primeiro Seminário Consulta realizado em Macapá no período de 20 a 25 de setembro de 1999. Do evento participaram 220 profissionais que identificaram a área no Estado como sendo de extrema e alta importância biológica e sugeriram, como ação prioritária, a criação de uma unidade de conservação. A possibilidade do projeto começou a existir quando o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) disponibilizou a área para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). À imprensa o Incra informou, na época, que havia recuperado as terras de grileiros que estavam ocupando a área ilegalmente. Mas o vice-presidente do Coema, Alessandro Gallazzi, contexta a afirmação. "Nunca estas terras foram griladas. Eram terras devolutas até o Incra efetuar a ação discriminatória nas glebas Tumucumaque e Mururé e matriculá-las em nome da União", ressalta. Na sede do Ibama, no segundo trimestre de 2001, houve uma segunda reunião, quando foram solicitadas ao órgão outras áreas pertencentes às glebas Oiapoque e Regina, também matriculadas no nome da União. Uma terceira reunião realizada em Macapá, em novembro de 2001, discutiu a proposta com vários órgãos governamentais e a ONG (organização não-governamental) alemã WWF. Em 17 de janeiro de 2001 o ex-governador João Alberto Capiberibe deu sua anuência à proposta, exigindo, porém, uma parceria com a sociedade civil amapaense no processo de criação, implantação e gestão da área. Na avaliação de Gallazzi, o projeto do parque se enquadra na meta maior desenhada pelo governo brasileiro de proteger 10% de cada tipo de florestas com UCs (Unidades de Conservação) de proteção integral. Esta ação faz parte de um acordo entre o Governo Federal, o BID (Banco Mundial), banco alemão KFW e a GEF (Global Environmental Facility). A proposta também se enquadra no projeto das Arpas (Áreas Protegidas da Amazônia) que possui dotação orçamentária já definida e conta com o apoio do WWF e com recursos da aliança firmada pelo WWF com o Banco Mundial para a conservação de florestas. Em maio de 2000 foram alocados US$ 68 milhões para os primeiros quatro anos do projeto, de um total previsto de US$ 270 mi-lhões. As Arpas, por sua vez, fazem parte da visão estratégica que planeja a criação de uma espécie de "arco norte" de integração continental, na área de influência do eixo Brasil-Guiana-Suriname-Venezuela e que se complementa pela Hidrovia Madeira-Amazonas.

(-Diário do Amapá-Macapá-AP-10/05/02)

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