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Profissionais de saúde da área yanomami se reúnem para decidir sobre atraso salarial

Folha de Boa Vista
28 de Set de 2007

O Sindicato dos Trabalhadores de Saúde na Área Indígena realiza hoje, às 9 horas, reunião com a categoria para discutir a situação dos profissionais que não recebem salário há dois meses.

Conforme o presidente do sindicato, Rondineli Rodrigues, todos os profissionais deverão estar reunidos no prédio ao lado da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), localizado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes. A decisão da reunião será repassada para a UnB (Universidade de Brasília) - conveniada da Funasa.

Ele adiantou que os funcionários da área indígena não têm condições psicológicas de continuar se deslocando para as comunidades. Caso o atraso dos salários continue, a partir da próxima semana as pessoas que estão em área permanecerão, porém, quando for necessária a troca de equipe, isso não ocorrerá.

A cada 15 dias, as equipes que atuam na área indígena são trocadas. Rondineli Rodrigues ressaltou que não se trata de paralisação ou greve, mas sim da falta de condições para o trabalho. "Os profissionais ficam impossibilitados de deixar seus familiares em Boa Vista, sabendo que estão com dificuldades financeiras", disse.

Segundo o sindicalista, há 210 funcionários do convênio com a UnB, sendo que entre 60% e 80% trabalham em área yanomami e o restante na parte administrativa da representação da Universidade em Boa Vista, na Casa do Índio e na Funasa.

Há 15 dias, a categoria já havia se reunido para discutir a situação e naquele período decidiu aguardar mais uma semana para o posicionamento da UnB sobre a previsão de pagamento dos prestadores de serviço.

Apesar do atraso nos salários, os prestadores de serviço já haviam descartado a possibilidade de paralisação.

FUNASA - Os prestadores de serviço nas áreas indígenas com salários atrasados deverão receber o pagamento na próxima semana. Conforme o coordenador substituto da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), João Ponciano, os valores deverão ser liberados ainda hoje para as conveniadas.

Explicou que esta situação não ocorreu somente em Roraima, mas em outros estados devido às exigências do TCU (Tribunal de Contas da União) e da CGU (Controladoria-Geral da União), que estão desde junho analisando a documentação apresentada pela Funasa e as Organizações Não-Governamentais (ONGs).

Segundo ele, a equipe da Funasa em Roraima está atenta a esta situação. O coordenador Ramiro Teixeira esteve em Brasília esta semana, segundo Ponciano, para acompanhar os trabalhos que antecipam a liberação do pagamento.

Informou que os valores atrasados são relativos à primeira parcela da nova pactuação com a UnB, CIR (Conselho Indígena de Roraima) e Diocese, que corresponde a R$ 15 milhões para um período de seis meses.

"A Funasa reconhece o problema, mas afirma que os trabalhos não pararam e estamos mobilizados para resolver esta questã", disse. O prazo dado pela CGU e TCU foi de três meses na realização da análise técnica dos investimentos. Esse período encerra agora em setembro, segundo Ponciano.

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