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06 de Mai de 2010
Analisar a tuberculose no Estado do Mato Grosso do Sul por meio de três abordagens distintas é o objetivo de mais um projeto contemplado pelo Programa de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Pública (Inova-ENSP). Desigualdades sociais e tuberculose: distribuição espacial, fatores de risco e farmacogenética na perspectiva da etnicidade é o título do estudo, coordenado pelo pesquisador Paulo Cesar Basta (Densp/ENSP), com participação do professor doutor da UFGD, Júlio Croda, que busca integrar tais componentes para identificar grupos populacionais e áreas geográficas sob maior risco de ocorrência da doença, além de fatores de risco relacionados ao adoecimento e os efeitos adversos do tratamento da tuberculose.
O primeiro componente do projeto se caracteriza por uma abordagem espacial da tuberculose no Mato Grosso do Sul. Serão analisados os casos de tuberculose notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) da base estadual do MS, com o objetivo de realizar uma análise espacial das ocorrências por município e segundo as diferentes categorias de raça/cor.
No segundo componente da pesquisa, serão selecionados para um estudo de caso-controle espacial quatro municípios da área de abrangência do Distrito Sanitário Especial Indígena Mato Grosso do Sul (DSEI/MS) que apresentarem as maiores incidências da doença. A intenção é estudar os fatores de risco relacionados ao adoecimento por tuberculose nas comunidades indígenas. "Faremos entrevistas com os casos que iniciarem tratamento e com controles selecionados na comunidade para averiguar sinais e sintomas clínicos da tuberculose, informações sobre o domicílio e seus habitantes (quantas pessoas moram na casa, renda aproximada, escolaridade do chefe do domicílio etc.) e sobre o acesso aos serviços de saúde, ao tratamento, e aos meios de diagnóstico", revelou o pesquisador.
Mato Grosso do Sul possui 78 municípios e, em 29 deles, existem aldeias onde vivem aproximadamente 68 mil indígenas. O Estado é o segundo maior em população indígena do país.
DOURADOS
O terceiro componente da pesquisa será realizado em Dourados, onde vivem aproximadamente 14 mil indígenas. Por meio de uma parceria com a Funasa e a UFGD, serão monitorados regularmente todos os casos em tratamento de tuberculose, incluindo populações indígenas, não indígenas e presidiários.
Será realizado um estudo caso-controle que tem como objetivo identificar os fatores de risco relacionados à ocorrência de efeitos adversos às drogas e ao abandono do tratamento. "Os casos de nossa amostra serão constituídos por pessoas que apresentem efeitos adversos às drogas do tratamento, tais como náuseas, vômitos, dores abdominais, sendo o efeito mais importante a hepatite medicamentosa", explicou o pesquisador.
As análises farmacogenéticas para determinar e comparar as frequências das variantes dos genes envolvidos com a metabolização de drogas antituberculose serão realizadas no Laboratório de Genética Humana do Instituto Oswaldo Cruz.
O PROJETO
O projeto é realizado em parceria com a Fiocruz Cerrado Pantanal, a Funasa, o Laboratório Central de Saúde Pública, o Programa Estadual de Controle da Tuberculose e a UFGD. O trabalho deverá ser iniciado no segundo semestre de 2010, e além do grupo de pesquisadores contará com a participação de um aluno de iniciação científica, um de mestrado e um de doutorado da ENSP.
O Inova-ENSP tem o objetivo de incentivar a implantação de uma estratégia institucional voltada para o fortalecimento da dimensão da pesquisa na Escola, contribuindo para o seu reposicionamento como protagonista no que diz respeito às questões da esfera do Estado e de políticas públicas.
Os projetos foram escolhidos por um comitê científico, composto de 16 bolsistas de produtividade CNPq, e ratificados por um comitê assessor formado por quatro pesquisadores, todos externos à Escola. Os resultados foram divulgados em 17 de março.
Acesse a matéria pelo site link: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/noticia/index.php?id=21258
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