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Produtores e ambientalistas recuperam mata

GM, Relátorio Gazeta Mercantil, p. 2
27 de Mai de 2004

Produtores e ambientalistas recuperam mata

U nir esforços de ambientalistas e do setor produtivo para promover a recuperação de áreas degradadas de Mata Atlântica e a preservação dos 7,2% de área remanescente do bioma, de forma economicamente viável. Foi com esse objetivo que o Instituto BioAtlântica (Ibio) foi criado em julho do ano passado, com a associação das empresas Aracruz Celulose, Veracel, Petrobras, DuPont e a ONG Conservação Internacional do Brasil.
A conservação em terras privadas, que prevê a formação de corredores ecológicos em cinco estados brasileiros e a estratégia de financiamento para a restauração da Mata Atlântica por meio da venda de créditos de carbono são dois dos principais projetos concebidos pelo Ibio. "Dos principais biomas brasileiros, a Mata Atlântica é o mais ameaçado. Mesmo com 7,2% remanescentes da cobertura original, ela continua a ser destruída. E a Mata é crucial não só para a manutenção da biodiversidade, mas também para questões como energia e abastecimento de água", afirma André Guimarães, diretor executivo do Ibio.
O projeto Conservação em Terras Privadas é uma associação entre as ONGs Ibio, The Nature Conservacy (TNC), Conservação Internacional do Brasil e as empresas Aracruz e Veracel para estimular a formação de corredores ecológicos por meio do manejo integrado de áreas de florestas nativas localizados em terras particulares. O objetivo do projeto é consolidar áreas em forma de reservas, recuperá-las e uní-las, transformando atuais áreas fragmentadas em contínuas.
O projeto pretende trabalhar com fazendeiros, pequenos proprietários de terra, indústrias e prefeituras em associação para cultivar conexões entre os fragmentos, que podem ser formadas por árvores frutíferas ou florestas plantadas de pinus e eucaliptos. "Essas conexões são perfei-tamente compatíveis com pequenas propriedades agrícolas. Isso leva à formação de stepping stones, que são ilhotas de florestas no meio de áreas agrícolas ou pastos", explica Guimarães. O benefício dessas áreas é refrear a degradação das áreas de mata atlântica, de modo que existam áreas maiores para assegurar a sobrevivência das espécies animais e vegetais. Ele explica que, em áreas pouco extensas de vegetação nativa, muitas espécies acabam por se extinguir devido a freqüentes cruzamentos genéticos entre familiares. "A beleza do conceito de corredores ecológicos é que ele compatibiliza conservação com desen-volvimento. Em um país como o Brasil não dá para priorizar o ambiental em detrimento do econômico", diz o diretor do Ibio.
A área do projeto piloto abrange o norte do Espírito Santo e o extremo sul da Bahia, região onde cinco empresas detêm cerca de 400 mil hectares de terra, incluindo 100 mil hectares de florestas nativas
A inspiração para o projeto dos corredores ecológicos veio do próprio Ministério do Meio Ambiente (MMA), que o definiu em torno de seis áreas ou corredores prioritários em dois biomas: Amazônia e Mata Atlântica. Um deles é o corredor central que abrange o litoral de Salvador (BA) a Vitória (ES).
kicker: O objetivo dos corredores ecológicos é compatibilizar conservação e desenvolvimento

GM, 27/05/2004, Relátorio Gazeta Mercantil, p. 2

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