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Produtores de arroz contestam denúncias feitos por indígenas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
07 de Nov de 2002

Em nome do grupo de arrozeiros que possuem lavouras nas terras indígenas da Raposa Serra do Sol, Luiz Afonso Faccio e Nelson Itikawa contestaram as acusações feitas por lideranças indígenas do Baixo Cotingo sobre o avanço em áreas já demarcadas pelo Governo Federal e poluição do meio ambiente.

Segundo os produtores, essa iniciativa dos indígenas não representa a opinião da maioria dos índios daquela região. Eles afirmam que por trás da denúncia das lideranças existem "interesses obscuros de órgãos, inclusive internacionais, interessados em impedir o desenvolvimento do Estado".

"Os índios estão sendo motivados por alguns órgãos que fizeram lavagem cerebral em algumas lideranças que representam a minoria e que não compreendem a realidade", disse Luiz Faccio ao ressaltar que 70% dos índios que moram naquela região são contra esse posicionamento dos indígenas apoiados pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Nelson Itikawa acrescenta ainda que, ao contrário do que as lideranças estão denunciando, existe uma convivência pacífica entre índios e não-índios da região há mais de 100 anos. Os produtores negaram que haja avanço para as áreas indígenas. Segundo eles, os próprios índios são quem se aproximam das lavouras.

Sobre os problemas de saúde que os indígenas alegam serem causados por agrotóxicos, Itikawa afirma que essa denúncia "é vazia e sem prova". "Todos os produtos utilizados nas lavouras são liberados pelo Ministério da Agricultura", afirmou.

Comparou ainda o fato do Rio Grande do Sul possuir mais de R$ 1,5 milhão de hectares de produção de arroz irrigado, utilizando os mesmos produtos que os arrozeiros de Roraima, e até hoje não ter sido identificada a existência de doenças por uso de agrotóxicos nas plantações de arroz.

"Como que em Roraima, que tem 100% menos de área ocupada com plantações de arroz, ou seja, 11 mil hectares, poderia acontecer problemas de saúde?", questionou o produtor.

Os arrozeiros contestam a informação de que a área em que estão plantando é demarcada. Segundo eles, ela é apenas pretendida, o que os deixa a vontade para continuar produzindo, pois eles não acreditam que um dia aquela região venha a ser demarcada e homologada.

"Se isso [a demarcação] vier a acontecer, a economia do Estado será inviabilizada, pois o setor emprega direta e indiretamente aproximadamente três mil pessoas. Acreditamos que é preciso ter coerência entre os órgãos competentes deste país para que isso não venha ocorrer", comentou o rizicultor Faccio.

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