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Problema de saúde no Vale do Javari é menos grave do que se pensava, diz Funasa

Agência Brasil - www.agenciabrasil.gov.br
05 de Set de 2008

Brasília - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) apresentou hoje (5) os resultados da Operação Vale do Javari. Nos dois meses de trabalho, as equipes realizaram 2.300 exames para diagnosticar doenças como anemia, malária, verminoses, tuberculose, entre outras enfermidades, junto à população indígena da região.

Apesar dos 500 casos de malária detectados na área, o médico da Funasa, Jayme Valência, que acompanhou a operação, afirmou que a situação não é tão grave quanto se imaginou. "Não encontramos pessoas muito doentes. Por ser uma área de grande índice de malária, a maioria não apresentava sintomas da doença. Por isso nós fizemos exames em todos, inclusive nos bebês, e encontramos alguns de apenas 20 dias que estavam se alimentando normalmente do leite materno, com exames positivo da malária".

Segundo o médico a grande maioria de mortes, principalmente de crianças, são por diarréia, desidratação ou pneumonia. "Muitas vezes [o óbito] não pode ser evitado, porque não se encontra profissionais na área para fazer o tratamento e por causa da distância não tem como remover esse paciente a tempo, nem sempre existe via aérea, e para fazer por via fluvial às vezes demora dez dias para se chegar a uma área [postos de atendimento]".

O diretor do Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, Wanderley Guenka, garantiu que a Funasa já está tomando várias medidas, no sentido de diminuir os agravos de saúde no Vale do Javari. "Primeiro vamos reorganizar a atenção, reestruturar as equipes, mudar as estratégias, melhorar a estrutura, com a construção de novos pólos-bases", disse.

Ele afirmou ainda que, apesar da dificuldade de fazer construções no Vale do Javari, pelo difícil acesso para levar materiais, novos pólos já estão sendo construídos e os antigos reformados, para que possam abrigar as equipes de saúde. Outro objetivo, que também está dentro dos projetos da Funasa, é a instalação de geladeiras, que funcionam à base de energia solar, em todos os pólos para manter as vacinas. "Já implantamos mais três e queremos que todos os pólos tenham uma [geladeira], para manter as vacinas, principalmente as de hepatite B", disse.

Wanderley Guenka disse que é importante "fazer o diagnóstico precoce e o tratamento imediato das doenças, além do trabalho de meio ambiente para eliminar os anofelinos [mosquitos] portadores da malária. As equipes realizaram vacinação contra todas as doenças e medicaram todos os casos diagnosticados".

O projeto foi realizado em parceria com o Ministério da Defesa, os comandos da Aeronáutica, Marinha e Exército e o Comando-Geral de Operações Aéreas (Comgar), reunindo uma equipe de cerca de 200 profissionais.

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