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Pró-Rios, Celpa e prefeitura de Parauapebas são premiadas

GM, Saneamento & Meio Ambiente, p. A14
02 de Abr de 2004

Pró-Rios, Celpa e prefeitura de Parauapebas são premiadas
ADVB do Pará enaltece trabalhos que visam preservação ambiental.

Os passageiros das milhares de embarcações que navegam pelos rios da Amazônia utilizam cerca de 500 milhões de objetos descartáveis por ano, como latas, copos, pratos, garrafas e talheres. Cerca de 70% desse material vinha sendo lançado nos rios. Foi com base nessa estimativa que a organização não-governamental Sociedade de Pesquisa e Preservação da Amazônia (SPPA) iniciou há nove anos, em parceria com o Banco da Amazônia (Basa), o Programa de Preservação dos Rios Amazônicos, o Pró-Rios. A SPPA calcula que esse trabalho de conscientização já tenha reduzido em 60% esse lixo fluvial.

O Pró-Rios foi um dos trabalhos premiados com o Top de Ecologia pela Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas (ADVB) do Pará. Os prêmios foram entregues quarta-feira à noite, durante um evento no espaço do pólo joalheiro do São José Liberto, em Belém. Além do trabalho da SPPA com o Basa, o Top de Ecologia foi entregue também à Celpa, concessionária de energia elétrica no Pará, e à Prefeitura de Parauapebas.

O destaque da noite foi a Celpa, que recebeu três prêmios pelos projetos Reviver, Rede Verde e Energia com Ecologia, todos em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi. Evandro César Coura, presidente do Grupo Rede, ao qual pertence a Celpa, informou que só na área de ecologia a Celpa investiu mais de R$ 2 milhões em 2003. O projeto Reviver vem sendo desenvolvido desde 2002 no município de Santarém para avaliar a situação sócio-ambiental da população do entorno da hidrelétrica de Curuá-Uma. O Energia com Ecologia é realizado na mesma região para identificar as áreas críticas para a revegetação.

Ivan Aragão, assessor de meio ambiente da Celpa, disse que quando a hidrelétrica de Curuá-Uma foi construída, no início da década de 1970, não houve estudo, o que levou a uma ocupação desordenada do entorno da barragem, agravada pela abertura de estradas como a Transamazônica e a Santarém-Cuiabá. A área sofreu então um processo de deflorestamento. Com o projeto, a empresa pretende recuperar as partes degradadas, com a participação dos moradores.

Com o projeto Rede Verde, a Celpa pesquisa as espécies arbóreas adequadas às características urbanas de Belém. Por meio desse projeto, a empresa já instalou um horto botânico, onde são cultivadas mudas dessas árvores. Também será elaborada uma publicação com os critérios de seleção de espécies, a classificação botânica, as características do substrato, produção de sementes e crescimento e poda das espécies selecionadas.

Ações do Pró-Rios

O Pró-Rios envolve três ações básicas: conscientização da tripulação das embarcações para utilização de depósitos para o lixo descartável; distribuição de material educativo, como cartaz, folder, adesivo e cartilha aos usuários das embarcações e turistas nas festas regionais; e palestras, oficinas e concursos de redação nas escolas de ensino fundamental.

De acordo com informações da assessoria do Basa, o Pró-Rios já atingiu 75 mil alunos e dois mil professores de 150 escolas em oito municípios de três estados da região com grande tráfego de embarcações. Um exemplo dessa ação é o município de Parintins, no Amazonas, onde todos os anos acontece a festa do boi-bumbá, que atrai milhares de pessoas. No ano passado, os alunos que participam da campanha fizeram a coleta seletiva de 2,5 toneladas de material descartável.

A prefeitura de Parauapebas ganhou seu prêmio por seu trabalho na área de licenciamento ambiental. E teve mais destaque ainda pelo fato de estar naquele município a maior parte das reservas minerais da Companhia Vale do Rio Doce na Serra dos Carajás. A prefeita de Parauapebas, Bel Mesquita, disse que exatamente por isso é preciso garantir um controle rigoroso do meio ambiente. Segundo ela, o licenciamento ambiental é um instrumento de gestão ambiental que objetiva equilibrar as vantagens e desvantagens na implantação de uma atividade potencialmente causadora de impactos ambientais.

De acordo com os técnicos da prefeitura, são várias as vantagens da municipalização desse serviço, como agilidade na concessão das licenças, praticidade para efetuar a fiscalização, reinvestimento dos recursos provenientes das licenças em projetos relacionados ao meio ambiente, maior controle sobre os resíduos gerados pelas empresas e o menor custo para o empreendedor. Eles destacam ainda que grandes empresas, como a Vale, só estão mantendo relações comerciais com empresas que estejam de acordo com a legislação ambiental.

GM, 02-04/04/2004, Saneamento & Meio Ambiente, p. A14

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