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Presidente do TRF inicia encontros

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/fbv/Noticia_Impressa.php?id=60146
Autor: REBECA LOPES
17 de Abr de 2009

Com a aproximação do dia 30 de abril, prazo para retirada dos não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, desembargador Jirair Meguerian, está em Roraima para ultimar os preparativos da operação de retirada. Estão previstas duas reuniões, uma na parte da manhã, com órgãos públicos envolvidos com a questão, e outra à tarde, com lideranças indígenas.

Às 10h, na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio), Meguerian se reúne com representantes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Funai, Superintendência Regional do Trabalho, Casa Civil, polícias Federal e Rodoviária Federal e Força Nacional. O Iteraima (Instituto de Terras de Roraima) também estará presente.

De acordo com o superintendente da PF em Roraima, José Maria Fonseca, o encontro servirá para o desembargador Jirair Meguerian ficar a par sobre o que cada órgão envolvido cumpriu na missão designada, e assim poder executar a Operação Upatakon 3. "Servirá para ultimar os preparativos de retirada", informou.

Na parte da tarde deve acontecer a segunda reunião, desta vez com algumas lideranças indígenas que atuam na região, como CIR (Conselho Indígena de Roraima) e Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima), para discutir como será a distribuição das propriedades aos índios ocupantes da reserva. Ambas entidades têm opiniões divergentes.

Antes mesmo de retirar os não-índios da reserva, os próprios índios começaram a disputa pela ocupação da terra. Na semana passada, durante o feriado da Semana Santa, indígenas ligados à Sodiurr e CIR tiveram desentendimento sobre quem ocupará o lago Caracaranã, em Normandia, distante 190 quilômetros da Capital.

Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal, em 18 de março, confirmando a constitucionalidade do ato demarcatório e, em seguida, estabelecendo o prazo de 30 de abril para saída dos brancos, o antigo dono, Joaquim Melo, entregou as chaves do lago a um casal indígena que há anos trabalhava com ele. O casal é ligado à Sodiurr.

As duas organizações indígenas têm posicionamentos diferentes quanto à demarcação em área contínua da área de 1,7 milhão de hectares. O CIR sempre defendeu a manutenção da área contínua e saídas dos não-índios. A bandeira da Sodiur era demarcação em ilhas. Com a saída dos arrozeiros, os próprios índios já anunciaram que haverá disputa entre as organizações pela ocupação das fazendas. (RL)

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