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Presidente do PT reafirma que homologação da Raposa/Serra do Sol passará por amplo debate

Brasil Norte-Boa Vista-RR
04 de Jun de 2003

Ao considerar normal o decreto assinado pelo presidente Lula homologando a área indígena Moskow, localizada no município de Bonfim, o presidente regional do PT, deputado Titonho Beserra, declarou não ser tendência de que as outras seis reservas em fase de homologação, entre elas a Raposa/Serra do Sol, serão definidas de acordo com a proposta atual.
No caso específico da Raposa/Serra do Sol, o petista reafirmou que passará por um amplo debate com todas as correntes envolvidas no assunto. Lembrou que o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) desembarca nos próximos dias em Roraima com esta missão, devendo passar quatro dias aqui para ouvir as diversas posições e orientar Lula sobre a homologação.

"O Governo Federal vai definir a questão das reservas indígenas, pois não dá mais para ficar protelando como sempre aconteceu. Isto não significa, contudo, que a Presidência da República demarcará tudo como está proposto", disse Titonho Beserra ao garantir que a vinda do ministro da Justiça 'não é um jogo de cartas marcadas' para atender este ou aquele grupo.
O diálogo deve abranger todos os segmentos, especialmente as entidades indígenas, sejam contrárias ou favoráveis à demarcação contínua da Raposa/Serra do Sol.

"Afinal, os índios fazem parte do desenvolvimento de Roraima e precisam manifestar suas opiniões. Não pode haver preconceito ou radicalismo de nenhum dos lados", destacou o dirigente do PT.
Para evitar transtornos como os vivenciados atualmente pela homologação da reserva São Marcos não ter reconhecido o município de Pacaraima, Titonho Beserra alertou ser preciso observar as vilas e cidades existentes na área da Raposa/Serra do Sol. "Não dá para demarcar e manter uma situação de eterno conflito. Devemos buscar um caminho consensual", salientou.

Moskow
O deputado Rodolfo Braga (sem partido) criticou a homologação da Moskow, com seus 14.202 hectares. "O problema é que há 50 anos não havia índios naquela comunidade. Os que lá vivem atualmente foram levados por entidades religiosas e não governamentais, muitos dos quais migraram da Guiana Inglesa para o Brasil. A maioria, inclusive, não fala português". Rodoslfo Braga lamentou o fato da decisão configurar-se num modelo a ser adotado pelo governo Lula nas demais reservas em fase de homologação em Roraima. Titonho Beserra voltou a negar que as demarcações estejam todas definidas e comentou que a Moskow está dentro dos requisitos legais, detalhando ser uma área pequena: não chega a 50 hectares por índio.

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