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Presidente da Associação Comercial diz que clima é tranqüilo em Pacaraima

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
20 de Nov de 2003

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Pacaraima (Acip), Severo Messias Bacetti, disse ontem à Folha que, apesar dos comerciantes terem sido surpreendidos com as ações movidas pelo Ministério Público Federal, União e Funai, pedindo a retirada de 100 estabelecimentos comerciais, o clima no município é tranqüilo.
Segundo ele, a mobilização que existe na localidade é para verificar como está o andamento do processo e seus desdobramentos. "A população está calma e nunca cogitamos qualquer manifestação com baderna", explicou.
No sábado foi realizada uma assembléia geral que contou com a participação de 300 pessoas, entre elas os comerciantes. Representantes da Associação Comercial participaram do encontro, que teve como objetivo autorizar a diretoria executiva a constituir a assessoria jurídica e autorizá-la a requer junto à Justiça Federal a documentação do processo.
"A partir do momento que chegarem informações concretas sobre as ações, provavelmente deveremos fazer alguma coisa", disse Bacetti, acrescentando que será criado um conselho envolvendo todas as organizações existentes no município, a fim de unir toda sociedade para lutar. A causa tem o apoio jurídico da Acir e da Prefeitura de Pacaraima.
Indagado sobre o possível desfecho do caso, o presidente da Acip disse que confia na Justiça, pois o "juiz tem se mostrado equilibrado" nas suas decisões e vê que o município não atrapalha a reserva indígena. Entretanto, ele frisou ser preciso resolver problemas ambientais, como a poluição da água e construção de usina de reciclagem de lixo.
Para ele, as forças que lutam para acabar com Pacaraima transcendem as fronteiras nacionais, causando preocupação à população. "Fica uma pergunta: a quem interessa a extinção do município? Nós geramos emprego não só aqui, como também nos estados fornecedores. Se não podíamos trabalhar aqui, por que o governo nos autorizou?", indagou.
CASO - O Ministério Público Federal, a União e Funai se uniram para pedir a retirada de 100 estabelecimentos comerciais de Pacaraima, alegando que o município encontra-se dentro da reserva indígena de São Marcos.
As ações civis públicas individuais pedem que os proprietários dos imóveis sejam condenados a não ampliarem seus negócios, vendam ou façam novas ocupações naquelas localidades até o final do julgamento final das ações. (R.L.)

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