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Presidenta da Funai defende presença dos povos indígenas nos espaços de poder e demarcação de terras em cerimônia na Alesp

Funai - https://www.gov.br
13 de Set de 2024

A representatividade dos povos indígenas nos espaços de poder e a participação nas discussões sobre política, economia, saúde, educação e meio ambiente devem ser garantidas pelo Estado na construção da política indigenista. Foi o que defendeu a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, em cerimônia nesta sexta-feira (13) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). No evento, ela foi homenageada com a mais alta honraria da Casa Legislativa. Joenia destacou ainda a sabedoria dos povos indígenas, que sempre aconselharam a cuidar do meio ambiente para evitar as catástrofes ambientais cada vez mais recorrentes, e defendeu a demarcação de terras e a proteção dos territórios tradicionalmente ocupados para a preservação da identidade e cultura indígena.

"Quero estender esse colar, essa honra de mérito a todos os povos indígenas do Brasil que tem lutado todos os dias para continuarem a existir como povos indígenas, detentores de cultura, línguas, conhecimentos, crenças, organizações sociais e que tem lutado para reconhecimento dos seus territórios pela demarcação, proteção e gestão de suas terras. Essa é uma luta não só de hoje, mas dessa geração e das futuras, porque nós trabalhamos muito para que a nossa existência continue", disse Joenia Wapichana ao agradecer a homenagem.

A deputada estadual Maria Helou é a autora do requerimento para homenagear a presidenta da Funai que, para ela, abriu portas para outras mulheres indígenas ocuparem espaços de poder. Joenia Wapichana recebeu o Colar de Honra ao Mérito Legislativo por seu trabalho em defesa dos direitos indígenas. Joenia, do povo Wapichana de Roraima, é pioneira na representatividade das mulheres indígenas em espaços de poder, sendo a primeira a se tornar advogada, deputada federal e presidenta da Funai - autarquia responsável pela promoção e proteção aos direitos dos povos indígenas.

A cerimônia foi aberta pelo coral kyre'ymba do povo Guarani, da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo, e contou com a participação do ativista indígena Ailton Krenak, primeiro indígena a se tornar 'imortal' pela Academia Brasileira de Letras. Ele celebrou a homenagem feita à Joenia Wapichana, classificou o Marco Temporal para demarcação de terras indígenas como uma "excrescência jurídica que afronta a Constituição Federal" e criticou a cobiça humana em extrair minerais preciosos da terra, devastando o meio ambiente e causando as mudanças climáticas que afetam todo o mundo atualmente.

"Agora nós estamos horrorizados com o fogo, mas quantos de vocês se horrorizaram quando viram as pessoas andando por aí, exibindo ouro? Culturalmente, nós brasileiros, em geral, aceitamos que o ouro é uma coisa bonita. O ouro fura a terra, tira do chão, usa mercúrio, envenena as águas, destrói a paisagem e a vida das pessoas também. O ouro não deveria ser exibido, não deveria ser ostentado como um atributo especial, uma riqueza", criticou Krenak, em referência aos incêndios que assolam os principais biomas brasileiros.

O coordenador regional da Funai no Litoral Sudeste, Ubiratã Gomes, e servidores da autarquia indigenista também participaram da cerimônia.

Assessoria de Comunicação/Funai

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