VOLTAR

Prefeito de Humaitá pede assistência a índios

OESP, Política, p. A6
03 de Jan de 2014

Prefeito de Humaitá pede assistência a índios
Argumento é que, desde que instalações e veículos da Funai na cidade foram incendiados, aldeias estão sem alimento e remédio

José Maria Tomazela Sorocaba / Chico Siqueira especial para o Estado Araçatuba.

O prefeito de Humaitá (AM), José Cidinei Lobo do Nascimento (PMDB), enviou ontem um apelo ao Exército para que seja garantida assistência aos índios da Terra Indígena Tenharim Marmelos. Segundo ele, desde que as instalações e veículos da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade foram incendiados por uma revolta popular no dia 25 de dezembro, os indígenas ficaram sem atendimento e estariam privados de remédios e alimentos. Eles também foram orientados a não ir para a cidade e estão confinados na reserva.
"O Exército e a Força Nacional controlam a área e têm condições de garantir a chegada de auxílio para os índios, que são habitantes do nosso município", disse o prefeito.
Buscas.
As buscas pelas três pessoas desaparecidas desde 16 de dezembro quando cruzavam a reserva indígena continuaram ontem. O advogado contratado pelos familiares dos desaparecidos, Carlos Terrinha, informou que até a tarde de ontem não havia indícios dos três homens - o professor Stef Pinheiro, o comerciante Luciano Ferreira Freire e o técnico Aldeney Ribeiro Salvador. Eles teriam sido mortos pelos índios em represália ao suposto assassinato do cacique Ivan Tenharim - segundo a versão da polícia, o cacique sofreu um acidente de moto. "Estamos esperando uma novidade sobre o paradeiro dos nossos maridos, pode ser que seja a localização do carro ocupado por eles, como estão dizendo", disse Célia Leal Santos, mulher do técnico Aldeney Salvador.
Segundo Terrinha, apesar de terem garantido à Polícia Federal que ajudariam na busca de informações sobre os desaparecidos, os caciques não estariam colaborando com as investigações. As buscas ocorrem a partir do km 130 da Rodovia Transamazônica (BR-230), onde o carro em que os três homens viajavam teria sido visto pela última vez. O local tem mata fechada e difícil acesso. As forças de segurança na região somam 500 homens. Cerca de 300 soldados estão envolvidos nas buscas, no controle da passagem pela reserva e na proteção dos índios. Outros 200 homens garantem
a segurança em Humaitá.

Reconstrução.
Lideranças indígenas enviaram um documento à presidência da Funai, em Brasília, pedindo a criação de um grupo de trabalho para reconstruir a sede do órgão em Humaitá. O documento pede ainda o restabelecimento no envio de alimentação e remédios, além de segurança para cerca de 20 índios que trabalham na cidade. Em nota, a Funai informou que não há qualquer impedimento dos índios para a realização de buscas na terra indígena e que, desde o início, a fundação e as lideranças indígenas se colocaram à disposição para colaborar com a operação de busca dos desaparecidos.

OESP, 03/01/2014, Política, p. A6

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,prefeito-de-humaita-pede-as…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.