Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
26 de Mar de 2004
Os índios de Mato Grosso vão ter participação efetiva na 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O maior congresso científico do hemisfério Sul vai realizar, como uma das novidades do evento em Cuiabá, a SBPC Indígena.
A proposta de incluir a presença dos índios, na programação do encontro de pesquisadores, partiu do Conselho Indigenista Missionário - Cimi.
Para o Cimi, apoiado por diversas entidades e órgãos governamentais e não governamentais, como o Museu Rondon da Universidade Federal de Mato Grosso, a Universidade Estadual de Mato Grosso - Unemat, a Universidade Católica Dom Bosco - UCDB, de Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Educação, a Funai e a Opan. A SBPC Indígena vai proporcionar discussões e visibilidade a esses povos.
Em Mato Grosso, vivem 39 etnias com diferentes tempos de contato com a sociedade majoritária. "A presença dessa diversidade étnica resulta numa grande riqueza cultural, com sabedorias ancestrais construídas há milênios em um habitat regional que abarca florestas e cerrados", avalia a coordenadora do Cimi em Mato Grosso, Maristela Torres.
Para o padre Aloir Pacini, a SBPC é o momento de divulgar o quanto a ciência moderna e a tradição secular se aliam em um mesmo contexto e como esses povos hoje se situam e se apresentam. "Neste tempo histórico é importante fortalecer a identidade cultural e desenvolver conhecimentos referentes a um novo sistema de vida", acredita Pacini.
A SBPC Indígena vai reunir lideranças e professores indígenas, acadêmicos do ensino superior indígena e pesquisadores e indigenistas com o objetivo de valorizar e divulgar significativos referentes aos povos indígenas e aos seus direitos.
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