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'Povos do Bananal' põe luz em indígenas e seu hábitat

OESP, Caderno 2, p. D4.
04 de Out de 2002

Faltam R$ 189 mil para Marcelo Spomberg concluir seu filme sobre etnias da Ilha do Bananal

Divulgação
Cena do documentário: cineasta percorreu 14 aldeias da ilha

Ao norte, a floresta amazônica. Ao sul, o Pantanal. Entre essas duas ricas vegetações brasileiras está situada a Ilha do Bananal, conhecida como a maior ilha fluvial do mundo, localizada no Estado do Tocantins. O local despertou no cineasta Marcelo Spomberg uma vontade de documentar a importância dessa ilha única, tendo como personagens principais do filme as quatro diferentes etnias indígenas que a habitam e que estão espalhadas por 14 aldeias que o cineasta percorreu.

Carajá, javaé, tapirapé e avá-canoeiro. A carajá, por exemplo, também vive em outras regiões do Brasil, como no Pará. Mas como o título do documentário diz, Povos do Bananal, a idéia principal é retratar "o ser humano e seu hábitat. No caso, esse homem é o índio. O local é uma ponta", diz Spomberg.

Verificar o grau de interferência da cultura "civilizada" na cultura dessas etnias, o impacto ambiental e a relação com os interesses econômicos que rodeiam a ilha - reserva indígena garantida por lei - e seus habitantes, são algumas das extensões do objeto de pesquisa do projeto. Para tanto, o cineasta conta que já gravou entrevistas com antropólogos e com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). E, certamente, Spomberg também entrevistou os caciques e habitantes das aldeias para mostrar o modo como eles se vêem diante de todos esses conflitos.

O projeto de Povos do Bananal foi contemplado, no ano passado, pelo Ministério da Cultura, o que fez o cineasta receber um prêmio para iniciar a realização de seu filme e, ainda, lhe deu o direito de qualificar seu projeto nas leis Rouanet e Mendonça. Nenhum recurso ainda foi captado desde então, mas, mesmo assim, Spomberg conseguiu ficar quase agosto inteiro filmando seu documentário.

O cineasta já tem 58 horas de filmagens realizadas em vídeo digital e película 16 mm durante um percurso de 8 mil quilômetros pela ilha, mas precisa de patrocínio para a finalização do documentário - um montante de cerca de R$ 189 mil. O projeto está sendo produzido pela Estação TV. Os interessados nessa proposta podem entrar em contato com o próprio cineasta ou com o produtor José Mucinho pelo telefone (0--11) 3083-3728.

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